23 de dezembro de 2024
Publicado em • atualizado em 21/05/2013 às 02:25

Dona Iris se firma como antítese a Marconi. Questão de caráter

O ódio destilado pelos assessores marconistas a cada passo da deputada federal Iris Araújo (PMDB) dá a medida do caráter e da disposição do grupo que está no governo em tentar manter-se no poder.

 

Vai na mesma medida do governador Marconi Perillo (PSDB), que não gosta de ser criticado mas chamou Lula de “canalha” como estratégia para ficar bem com o seu partido – segundo seus próprios… assessores.

Para o tucano e os seus, em nome da permanência no Poder, o inferno é o limite.

Declarações como essa, posts, palavras atiradas em manchetes dirigidas, em cada ato está o universo da moral do governo de Goiás, que deveria, por promessa de campanha, ser “o melhor governo da vida dos goianos”.

Em Goiás, por muito menos que uma declaração que ouse qualificá-lo como “canalha”, Marconi Perillo processa. E como ele tem processado, processador contumaz que é.

Para dizer pouco, pela lógica marconista o governador deveria se auto-processar. Ou humildemente desistir de todos que iniciou. Eu disse ‘humildemente’?

Nenhuma novidade. O que há de diferente agora é a maldade incontida, e o prazer na crueldade exacerbada. No universo marconista, tamanha virulência é coisa de uns três anos para cá, diga-se.

Fazem o que fazem porque gostam, e comemoram, e exultam, seres extasiados que são com a competência que arrotam para atacar e destruir – ou pelo menos tentar.

O mais interessante é que isso tem produzido situações por vezes engraçadas, trapalhadas sem tamanho, e desgaste constante, para quem na prática está buscando recuperar a imagem, e, sendo assim, deveria ser preservado.

Quer dizer: vira e mexe dão tiro no pé, jogam pra cima e veem cair na própria cabeça, e na cabeça do governador, a lama que era para atingir um alvo de ocasião. Vejam essa coisa da grampolândia denunciada pela Carta Capital. Vejam o xingamento gratuito a Lula. Meu Deus!

Uma comunicação inversa, como se tudo não passasse de considerável conspiração, destinada na verdade a destruir Marconi, e não a favorecê-lo. Impressionante.

Distorcer fatos, adulterar opiniões, inventar situações para dar notícias que, em tese, podem atrapalhar a unidade oposicionista ou criar intrigas, tudo faz parte do plano, da moral e do caráter de quem só pensa no Poder, Poder, Poder…

Um alvo constante: dona Iris.

Por um lado, isso tem feito de dona Iris referência de contraponto, de o-po-si-ção. De tanto baterem, ela acabou se transformando em um dos principais nomes no enfrentamento ao marconismo resistente.

Dona Iris é hoje um nome que representa destemor para enfrentar Marconi, e persistência para fazê-lo apesar de todas as dificuldades, defeitos, deficiências.

Mostra caráter, com todas as suas virtudes e defeitos. Caráter contra quem, definitivamente, não têm, é “mau caráter”, como definiu nesta terça, 20, o presidente do PT goiano, Valdi Camarcio.

Está indo na frente, apanhando, abrindo caminho, enquanto a eleição não chega. Está liderando, com cara e coragem, o enfrentamento.

Muitos dos novos do PMDB não guardam necessariamente amor por dona Iris. Mas ela tem dado a eles uma aula de comportamento oposicionista. E quanto mais atiram nela – eles, muitas vezes (de maneira reservada, nunca abertamente), e principalmente os governistas –, mais ela se firma como referencial.

Não será fácil para a oposição tomar o poder de Marconi Perillo. Sim, tomar. Expressão exata para a tarefa, e que é muito usada, aliás, por um marconista.

Um velho marconista, que disse em 1998 que a oposição da época, a que hoje está no poder, se quisesse vencer Iris Rezende, o candidato do PMDB, deveria entender que teria de ‘tomar o poder’. Marconi tomou. E não quer largar – custe o que custar, é o que mostra.

Baixando o nível como estão, Marconi Perillo e seus vassalos se apequenam na mesma proporção em que Dona Iris fica maior.

Revoltante. Mas também engraçado ver os marconistas chegarem ao ponto que chegaram por suas próprias mãos – quer dizer, por sua própria incompetência. A derrocada do marconismo é obra e graça dos próprios.

Como disse: o inferno é o limite.

Parabéns!

 

 

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).