É um absurdo proibir a divulgação de pesquisas eleitorais por uma perspectiva de que a informação é importante para decidir o voto? É. Não que ela influencie, mas ela ajuda o leitor a decidir o voto. Vamos partir de um princípio para chegar a conclusão: as pesquisas eleitorais em relação a votação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais acertaram do que erraram.
Em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), houveram diferenças e aí que está a questão: surge o questionamento especialmente de bolsonarismo que falam até em proibir as pesquisas, no entanto, compartilho o ponto de vista apresentado pela jornalista Thaís Oyama, do Uol, de que o eleitor bolsonarista definiu o seu voto na boca da urna, no momento da votação. Esta situação orientou eleitores mais bolsonaristas que tinham tendência a votar em Bolsonaro de Ciro e Simone e os índices que eram 11% na última pesquisa Datafolha.
O que é aconteceu? E eu me dirijo ao bolsonarista: errado está em querer proibir divulgação de pesquisa. Se você não soubesse que o Lula estava na frente, você não teria tomado essa decisão. Entra também a questão da campanha do voto útil, a informação mostrada pelas pesquisas e a campanha de Lula pelo voto útil, orientou o eleitor bolsonarista mais indeciso, o que tem rejeição ao PT, ao que é antipetista e que abraça o antipetismo. Essa informação de que o Lula está na frente e pode ganhar no primeiro turno levou essa reação de eleitores mais bolsonaristas que votariam em Ciro ou Simone no primeiro turno, além dos indecisos a votar no Bolsonaro.
Bolsonaro foi beneficiado pela divulgação da pesquisa. Sem a divulgação, eles não teriam sabido disso. E com detalhe: Lula teria ganhado no primeiro turno. Porque, com uma pequena margem de eleitores que se continuassem indecisos, anulando o voto ou não comparecendo, Lula seria beneficiado pela divulgação. Por isso, ela é essencial. Ajuda a orientar o voto e neste caso específico, orientou o voto dos bolsonaristas.
Portanto, bolsonaristas, vocês tem que comemorar e não fazer campanha contra a divulgação de pesquisas eleitorais.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .