13 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 13/02/2020 às 01:15

Disputa pelo governo de Goiás perde um pouco da espuma para mostrar a realidade das candidaturas em jogo

O deputado federal Daniel Vilela (PMDB) mergulhou, o senador Ronaldo Caiado (DEM) – que andava de chapéu na mão – diminuiu os passos pelo interior e o vice-governador, José Eliton, baixou o ímpeto da exposição externa para se concentrar nas conversações internas.

De modo geral, a pré-campanha em Goiás, que andava acelerada, está meio que em banho-maria. Ninguém está parado, mas ninguém está mais correndo, como estavam todos no início do ano.

O ritmo, até o surgimento da lista de Fachin, com nomes de goianos na relação de doações da Odebrecht, era tão intenso que a eleição parecia marcada para a semana que vem. Agora, a eleição está no tempo devido: longe de acontecer.

O PMDB planeja retomar os encontros nos próximos dias. Nesses eventos, o nome de Daniel Vilela era trabalhado para ser o candidato da unidade. Desde que ele foi citado na lista, esse ímpeto se transformou em desunião interna, com o surgimento de várias pré-candidaturas.

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Sem a agitação da novidade, que foi o espetáculo da apresentação da lista, a agonia e o senso de oportunismo diminuem, o que significa que a animação dentro do PMDB para excluir desde já Daniel como candidato, já perdeu fôlego.

O mais provável é que Daniel retome os encontros e, com eles, recupere o fôlego. Depende dele, essencialmente, conter os levantes dentro da legenda e mostrar que está pronto para liderar a luta pelo governo.

Se não conseguir fazer isso, evidenciará que realmente não está preparado para ser o candidato do PMDB.

Caiado segue a cartilha do candidato que brilha fora para espalhar força no Estado. Ele não tem grupo político de peso. Por isso acena para os peemedebistas. Tem, porém, visibilidade nacional como oposição ao PT e, agora, contraposição ao PMDB.

Embora seja difícil resolver a equação que o leva a combater o governo federal e ao mesmo tempo buscar aliança em Goiás com o partido do presidente, Caiado segue a cartilha de jogar para a plateia como estratégia de consolidação para 2018.

Mais calma tem tido, neste momento, José Eliton, para tocar sua pré-campanha. A base governista, que andava insubordinada, por ora está quieta. Há até declarações de aliados confirmando seu nome como o melhor para o ano que vem.

Quer dizer que Eliton está conquistando espaço com as ações de governo, conversando sistematicamente com prefeitos e outras lideranças a partir do programa Goiás na Frente, e também conquistando os próprios companheiros, de início arredios com a sua possível candidatura.

Aos poucos, a campanha perde um pouco de espuma e começa a se consolidar no essencial, com as forças em jogo se estabelecendo em sua real dimensão política.

1 – A base do governo é uma base forte e, apesar dos abalos, está coesa. Eliton tem feito o jogo elementar: garantir musculatura entre os seus e amarrar alianças e comprometimento dos agentes políticos do Estado. A atenção fica para a imagem do governo.

2 – Caiado está na vitrine, se expondo ao máximo. Sabe-se, no entanto, que para firmar-se como candidato tem muito trabalho pela frente. Mesmo contando com uma base de prefeitos peemedebistas a seu favor – pelo menos três de peso –, isso não significa que o PMDB cairá por gravidade no colo.

3 – Daniel ainda é o nome que reúne as melhores condições para ser o candidato do PMDB, mas os fatos recentes indicaram que ele precisa ficar mais atento à construção interna de sua candidatura, se não quiser ser atropelado no meio do caminho. O momento é de juntar interesses, e não de se impor como nome inevitável.

Comum a todos: os desdobramentos da Lava Jato e o desempenho do governo de Michel Temer.