A oposição em Goiás tem bons líderes, mas ainda não tem um bom discurso.
Daniel Vilela (PMDB) confronta abertamente o governador Marconi Perillo (PSDB). Em palavras, faz o que um candidato oposicionista ao governo tem que fazer.
O deputado estadual José Nelto, mais incisivo, mais estridente, faz o papel do martelo. Bate duro, sem meias palavras.
Maguito Vilela contemporiza, defende campanha propositiva, e não confronto. Sobram palavras de sobriedade e bom senso.
Iris Rezende, por ora, nada fala. Fica nos gestos de quem também quer contemporizar. Pelo menos neste início difícil de sua administração em Goiânia, é um líder de poucas e medidas palavras.
De todos, Ronaldo Caiado (DEM) é o que mais uso certeiro faz das palavras de ordem. Ele é todo força a virulência em direção ao governo estadual. Sua praia. Sua natureza.
Mas, no geral, são palavras.
Batendo e assoprando, a oposição ora agrada os que querem ver sangue na disputa, ora leva alívio aos que preferem até mesmo negociar com o governo.
Isso no que diz respeito às lideranças, que se dividem na escolha da melhor estratégia e acabam por não acertar no que fazer – e falar.
Como sensibilizar e arrastar o povo “à causa”, assim?
O dilema, todos sabem, não é de agora. Vem desde 1998.
O PMDB, que sabia ser governo, nunca soube ser oposição. E Caiado (que era aliado de Marconi em 1998) sempre fez a mesma oposição, sem nunca ser governo de verdade.
Encontrar o discurso, o mote, a direção certa. Este ainda é o maior desafio para peemedebistas e democratas.
Oposição não pode viver apenas de palavras ao vento. Ou que pareçam isso.