23 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 11/07/2014 às 23:24

Democracia x democracia de palanque em Goiás

Os palanques em Goiás serão uma festa da democracia.

Pelo menos é assim que os políticos tentam explicar a diversidade de aliados que, em um ponto – uma candidatura ao governo, por exemplo –, convergem.

Em vez de falta de coerência e o pragmatismo, chamam isso de democracia.

À Rádio 730, o deputado federal Sandro Mabel (PMDB), um dos coordenadores da campanha de Iris Rezende ao Governo, afirmou na sexta-feira, 11, que ele e o colega Ronaldo Caiado (DEM), candidato a senador na chapa peemedebista, são contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

Disse. E que Iris e outros do partido, como o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, devem apoiar a presidente, embora os petistas tenham candidato ao governo no Estado: Antônio Gomide.

Também admitiu Mabel que pode ter gente no palanque apoiando, além de Dilma, Aécio Neves (PSDB), que apoia o tucano Marconi Perillo em Goiás, e Eduardo Campos (PSB), mesmo seu partido tendo igualmente candidato local: Vanderlan Cardoso.

Cabe a discussão sobre a influência dos candidatos a presidente na eleição estadual (?) Quem ajuda mais: de lá para cá, ou de cá para lá?

Cabe. Como neste aspecto: Marconi lidera as pesquisas aqui e Aécio é segundo em levantamentos nacionais; e Gomide é o quarto colocado em Goiás, e Dilma é primeira no País. E aí?

Mas nem é preciso ir a fundo em busca de resposta para este dilema. A própria discussão reforça a tese dos que defendem a ‘democracia’ plena nos palanques.

Democracia é uma grande mãe. Tem filhos bonitos e tem filhos feios. Inclusive filhos republicanos e outros nada recomendáveis.

Importante é separar uma coisa da outra.

Uma coisa é a democracia. A ela, toda reverência. Em bom goianês: “Sua bênção!”

Outra coisa é a ‘democracia’ de palanque. Esta também é democracia. Filha. Mas é antes de tudo palanque.

Em palanque cabe de tudo: inclusive incoerência. Mas, nestes tempos, e em Goiás este ano, isto é apenas um detalhe.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).