28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 09/08/2017 às 20:54

De Maguito para Caiado: “É praticamente impossível o PMDB não disputar o governo em 2018”

Foto: Prefeitura de Aparecida
Foto: Prefeitura de Aparecida

E, de repente, o ex-governador Maguito Vilela, que nos últimos dias ficou bastante ativo nas redes sociais, dá uma declaração de força do PMDB: “O PMDB, desde sua fundação, nunca deixou de ter candidato a governador em Goiás. É o maior partido, tem prefeituras importantes e bons nomes para a disputa. É praticamente impossível não disputar o governo em 2018.”

Mensagem para quem? Para Iris Rezende, que é tido como avalista de uma possível candidatura do senador Ronaldo Caiado, que é do DEM? Difícil. Iris disse em várias ocasiões que o PMDB terá candidato a governador, sugerindo que o democrata deveria se filiar ao seu partido.

Para os peemedebistas, prefeitos em especial, simpatizantes de Caiado? Talvez, já que os últimos movimentos do senador têm como palco e palanque, ambientes que são casa e cozinha do PMDB no interior. Veja como foi a desenvoltura dele em Formosa, há poucos dias. Lá, embora tenha falado em unidade da oposição, em nenhum momento se mostrou disposto a pelo menos teoricamente abrir mão de seu projeto para fortalecer a candidatura, por exemplo, de Daniel Vilela.

Mensagem para o próprio Ronaldo Caiado, então? Sem dúvida. No material que traz a declaração de Maguito nesta quarta, feito pelo PMDB, que é presidido por Daniel no Estado, o destaque vai para uma opinião do ex-governador que funciona como resposta direta ao senador, que vem falando em pesquisas como critério para escolha do nome oposicionista no ano que vem – no que teria vantagem natural, pelo destaque hoje na mídia e por ser mais conhecido que Daniel.

Disse Maguito: pesquisas quantitativas (aquelas que aferem somente a intenção de voto do eleitor) não podem ser critério para definição de candidatura, pois até o início das eleições elas captam muito mais o nível de conhecimento dos candidatos do que o real desejo do eleitorado.

Ainda o PMDB:

Maguito citou seu próprio exemplo em 2006, quando começou a campanha disparado na frente do então governador Alcides Rodrigues e acabou derrotado no 2º turno, para afirmar que liderança em pesquisa não é sinônimo de vitória. “Eu liderava todas as pesquisas em 2006, mas perdi para o candidato do governo. O candidato precisa é ter potencial de crescimento, baixa rejeição e o perfil certo para o governo”, afirmou. “Não se ganha eleição com campanha raivosa, com xingamentos”, acrescentou. 

Além da eleição de 2006, os candidatos que saíram na frente nas pesquisas em 1994, 1998, 2002 e 2010 também acabaram derrotados. O presidente do PMDB, Daniel Vilela, afirma que a escolha do nome obedecerá critérios amplos e será definida após um trabalho interno de fortalecimento do partido e também de consolidação de alianças. 

“Não queremos apenas unir a oposição, queremos ampliá-la para vencer as eleições”, afirma Daniel Vilela, que tem conversado com diversos partidos – inclusive alguns que pertencem atualmente à base aliada do governo estadual – sobre a construção de um novo projeto político. Daniel Vilela lembra que o atual grupo de oposição foi derrotado na disputa pelo governo em 2014 e que isto evidencia uma necessidade de abrir diálogo com outros partidos para ganhar mais força. 

O PMDB goiano, lembra o material de divulgação, conta com 40 prefeituras, entre as quais as duas maiores do Estado (Goiânia e Aparecida de Goiânia), e com 139,7 mil filiados, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. (Com ênfase e tudo: “quase o dobro do número de filiados do segundo colocado, o PSDB”).

Daniel e Caiado estão em disputa aberta, e Maguito apenas reforça isso. Nada de novo aí. A grande expectativa mesmo fica para o desdobramento dessa disputa. A oposição vai, de novo, rachar? Vai, outra vez, se dividir? Enquanto isso, Marconi e José Eliton estão cada vez mais afinados na estratégia de percorrer o Estado em… campanha. Goiás pra frente contra oposição atrás, batendo cabeça.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).