28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 13/02/2020 às 01:29

Daniel volta com pauta Temer, negativa, e com Caiado e Eliton jogando no positivo

O deputado federal Daniel Vilela, pré-candidato a governador pelo PMDB, está de volta à agenda da política goiana. Não só isso, ele tem feito questão de marcar essa volta com posts nas redes sociais mostrando conversas políticas e enfatizando que está fora da lista de Fachin, sobre doações da Odebrecht. Volta com tudo, a mensagem.

Em um desses posts, ele agradece em vídeo as manifestações que teriam chegado depois da notícia da lista. Em outro, ele trata da posse do novo diretório da Juventude do PMDB de Goiânia, presidido agora por Marcos Oliveira. “Novas lideranças despontando”, anota. Nas fotos do twitter, uma presença ao seu lado que chama a atenção: a primeira-dama da capital, dona Iris.

Daniel passou por cirurgia de hérnia. Na volta, ele procura mostrar que sua ausência se devia a isso. Mas não só. A divulgação da lista foi decisiva. A maior evidência disso foi interromper os encontros regionais do partido. Neles, Daniel fazia discurso e candidato, se formava como candidato, animava o partido como candidato. Tudo parado, a ponto de o futuro da candidatura de Daniel ser colocado em xeque dentro da própria legenda.

A volta acontece em momento importante para o deputado. Em vários sentidos. Enquanto ele estava recolhido, o senador Ronaldo Caiado (DEM) avançou nas conversas dentro do partido. Constituiu até bancada. Caiado busca apoio para ser candidato das oposições unidas a governador. Daniel, que almeja o mesmo, terá de apertar o pé para recuperar espaço.

 

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Mas o maior problema dele provavelmente será outro: o presidente da República, peemedebista Michel Temer. O presidente está cai não cai. Pior: enfrentando pautas negativas uma atras da outra. Uma desconstrução em série, com avaliação se aproximando do zero. Feito inédito. Defender o presidente numa hora dessas? Ossos do ofício.

Daniel já deixou claro em outras ocasiões que não teme o posicionamento político, por mais difícil que seja. Tem personalidade. E que não se abala com o fato de Caiado fazer estrategicamente o contrário dele, defendendo de forma aberta eleições gerais e o fim da era Temer, discurso bem ao gosto popular.

Ele também não se abala com o discurso do adversário natural, José Eliton, candidato do PSDB e do governador Marconi Perillo. Eliton não defende nem condena Temer, embora seu partido esteja carne e unha com o PMDB nacional. Seu foco é outro: obras e benefícios para o prefeitos, inclusive os peemedebistas.

Eliton é positivo, no momento em que o cenário para Daniel é negativo. Caiado é senso comum, no instante em que defender Temer é contra-senso. Daniel sabe o que espera. Está de volta. Jogo sendo jogado.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).