28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 13/02/2020 às 01:24

Daniel Vilela enfrenta fogo amigo e fogo inimigo

Algo que causa estranheza dentro do PMDB é o comportamento do presidente do partido, o deputado federal Daniel Vilela. 

Ao assumir a pré-candidatura ao governo, ele deu alento à legenda, mesmo com as relações não muito cordiais com o prefeito de Goiânia, Iris Rezende.

Isso se resolveria com o tempo, praticamente todos avaliavam.

A agenda de eventos pelo interior organizada por Daniel animou mais ainda, mostrando um líder decidido e com fôlego. Tudo que o partido precisa. E sonha, para tentar voltar ao poder.

Aí veio a lista de doações da Odebrecht, com o nome dele e do pai, o ex-governador Maguito Vilela.

Desde então, Daniel tem preferido concentrar agenda em Brasília. 

Como em política não existe vácuo, nesse meio tempo cresceram as resistências a ele dentro do próprio PMDB goiano.

Nomes se animaram na disputa.

 

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Outros se apressaram em trabalhar a ideia de que o melhor para o PMDB é lançar como candidato um não-peemedebista, o senador Ronaldo Caiado (DEM).

Até a possibilidade de Caiado se filiar ao PMDB passou a ser fator positivo para os peemedebistas caiadistas contra os torcedores do deputado federal.

Nesse movimento, o que vem acontecendo é uma articulação ordenada de desgaste do nome de Daniel Vilela.

Chegam a dá-lo como carta fora da disputa.

Tem até lances engraçados. Como ouvir peemedebistas goianos criticando Daniel por ele apoiar o presidente da República, Michel Temer – que é do PMDB –, e as reformas do governo federal em andamento no Congresso.

Ele e Iris, por sinal. Há poucos dias o prefeito de Goiânia também defendeu o presidente.

Os governistas, vendo essa velha anarquia peemedebista – velha, porque recorrente nos últimos anos –, aproveitam para colocar lenha na fogueira. Fomentam mais ainda o desgaste de Daniel, que é um crítico duro do governador Marconi Perillo (PSDB).

Assim, Daniel Vilela enfrenta o fogo inimigo – com forte poder de mídia – e o fogo amigo – com forte poder de implosão –, tudo ao mesmo tempo.

Aí a questão: como Daniel vai reagir? Quando?

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).