07 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 09/04/2016 às 22:21

Crise, que crise? De lideranças

Em diálogo recente com o professor Robinson de Sá, que é cientista político e professor do curso de Ciências Sociais da UFG, ouví a argumentação de que o Brasil vive uma crise de lideranças que é crucial para o momento do país. A presidente Dilma Roussef vestia este manto, mas perdeu no segundo mandato. E o que é pior: com uma grave condição de que não conseguirá retomar essa posição. Ao olhar para a oposição, também faltam líderes para conduzir os interesses do país.

Ao cair na maior crise de credibilidade já vivida por um Presidente da República, abriu-se um vasto leque de oportunidades para que o espaço fosse ocupado. O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva não perdeu um centímetro da liderança do país durante os dois mandatos. E, expandiu a liderança mundial ao ponto de ser considerado “o cara” pelo presidente americano, Barack Obama.

A oposição poderia ter, após o período eleitoral, um nome com quase 50 milhões de votos para ocupar o espaço, mas o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) perdeu a oportunidade de ocupar a liderança em virtudes dos vários caros que mexem com a imagem dele. E o próprio senador não ajuda. O discurso do mineiro não unifica, não lidera, mais parece um candidato que não saiu do palanque. Nem os aliados de Aécio gostam do jeito que ele fala, dando risinhos, para os meios de informação.

Não é nem necessário tecer comentários sobre outros nomes, pois a oposição não tem um nome com inteligência, e empatia, para dialogar com todos os setores da sociedade e apontar os caminhos dos verdadeiros interesses nacionais.

Tem razão o governador de Goiás, Marconi Perillo, ao afirmar da preocupação do pós-crise, com ou sem o impedimento de Dilma Roussef. A crise política não terminará com o resultado do processo que está na Camara dos Deputados e será concluído pelo Senado. No pós-crise do impedimento não há fim para a crise política. E não há líderes no cenário nacional que apontem perspectivas.

No pós-crise, tem mais e mais crise política. E tem mais crise econômica, e mais conflitos de surdos que falam com mudos enquanto o Brasil perde um tempo histórico valioso para o seu desenvolvimento.

Pesquisa aponta liderança de Lula para presidente

No vácuo de ausência de liderança da presidente Dilma Roussef e de partidos da oposição, consolida-se a forte presença do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. O fato está exposto da pesquisa Datafolha divulgada em 09/04/16. Na simulação de uma eleição para presidente da República, Lula passou de 17% para 21% no cenário da disputa com Marina Silva (REDE) e todos os outros candidatos tucanos no cenário. Para a oposição, o pior é que todos tiveram queda na comparação com a rodada realizada dias 17 e 18 de março.

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .