07 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 09/01/2023 às 21:29

Consequências das invasões reforçam democracia e força política a Lula

Lula reunido no Palácio do Planalto com a presidente do STF, Rosa Weber, após invasões aos três Poderes (foto Ricardo Stuckert)
Lula reunido no Palácio do Planalto com a presidente do STF, Rosa Weber, após invasões aos três Poderes (foto Ricardo Stuckert)

Após as invasões promovidas por manifestantes bolsonaristas às sedes dos três Poderes, em Brasília (08/01/22), foram identificadas três consequências que marcarão a história política brasileira. Todas elas contrárias totalmente ao que desejavam os “vândalos” e “criminosos” que fizeram a destruição dos locais.

A primeira, foi a ampla defesa da democracia e das instituições sólidas da República Brasileira. Movimento semelhante aconteceu durante a eleição de 2022 quando o ex-presidente Jair Bolsonaro atacava o sistema eleitoral brasileiro e a mesma manifestação unificou o discurso que reforçou a segurança do sistema eleitoral brasileiro e a democracia.

A segunda consequência foi o amplo apoio recebido pelo governo de Luís Inácio Lula da Silva vindo de instituições internas e externas. Na prática, os bolsonaristas radicais deram um presente para o governo do petista: Apoio político e reconhecimento da autoridade nacional. Internamente, foi simbólica e histórica a reunião com os governadores na segunda, 10 ( Veja abaixo)

A terceira consequência é a legitimação das ações de força e enfraquecimento do bolsonarismo. As ações depredatórias fizeram com que o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, fosse a público manifestar em defesa das instituições e contra a manifestação do dia 08. Muitos bolsonaristas têm deixado de reverberar e participar das ações mais radicais.

Por outro lado, o grupo que da ultra-direita pode pensar que conseguiu uma vitória ao invadir os prédios do três Poderes. O fato foi celebrado em vídeos feitos pelos manifestantes nos locais em atitude que parecia um troféu conquistado como se fosse uma Copa do Mundo.

A reação institucional, no entanto, evidenciou uma outra situação crítica e que tirou os bolsonaristas radicais da condição de manifestantes no uso da liberdade de expressão. O movimento gerou provas contra sí e se criminalizou segundo a nova legislação sobre os crimes contra o Estado.  As investigações e decisões judiciais com prisões ganharam a justificativa que os opositores dos bolsonaristas precisavam.

Enfim, as invasões foram um tiro no próprio pé.


VEJA O REGISTRO DA REUNIÃO ENTRE LULA, O LEGISLATIVO, O JUDICIÁRIO E GOVERNADORES

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .