Preocupada com o impacto negativo para o setor de ônibus urbano, diante da possibilidade de congelamento de tarifas dos coletivos urbanos, conforme já anunciou o prefeito eleito de São Paulo, João Doria, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), alerta para o grave reflexo dessa medida na oferta do serviço, em todo o país.
De acordo com a NTU, com a proximidade dos reajustes tarifários em todo país – que se iniciam em dezembro deste ano – além de ferir legalmente os contratos de concessões efetivados entre o setor e o poder público, iniciativas como essa vão penalizar diretamente o cidadão, além de gerar um colapso no sistema. “Temos uma previsão de reajuste de, aproximadamente, 20% nas passagens de ônibus em todo o Brasil”, afirma Otávio Cunha, presidente da NTU, e destaca que esse percentual é equivalente à defasagem no preço das passagens em grande parte do país.
Segundo Otávio Cunha, outro agravante nesse cenário é a perda de passageiros do setor, que chegou a 9%, o equivalente a três milhões passageiros por dia. “Na prática, mesmo com essa perda de passageiro não temos como diminuir a oferta de serviço, o que representa grande prejuízo”, esclarece o presidente da NTU. E acrescenta que essa queda de passageiros somada à alta da inflação (10%) acarreta danos não apenas ao setor, mas também ao passageiro, na medida em que os empresários têm que remanejar recursos que deveriam ser aplicados em renovação de frota e outras melhorias no serviço para cobrir a defasagem tarifária.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .