09 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 09/08/2021 às 18:21

CMTC prepara “conjunto de entregas” para o transporte coletivo em Goiânia e região

(Foto: Reprodução/Diário de Goiás)
(Foto: Reprodução/Diário de Goiás)

Pouco mais de três meses após assumir a presidência da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), o administrador de empresas, Tarcísio Abreu já tem os devidos diagnósticos para o futuro do transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia, mas antes disso tinha uma pandemia com suas restrições frente aos serviços: ter de colocar ônibus à disposição da população por si só já era um desafio. Para o futuro: um novo modelo para o sistema do transporte coletivo e o fim de parte das obras no BRT Norte-Sul junto com o início experimental da operação.

Prometido pelo prefeito Rogério Cruz (Republicano) para ser anunciado em junho, o modelo segundo Abreu, deverá demorar mais “alguns meses” para ser divulgado, no entanto, deverá pelo menos, minimizar alguns dos problemas enfrentados pelos passageiros do transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia (RMG), fator que inclusive, tem retardado a apresentação do sistema, haja vista que não depende apenas da capital e também das outras cidades que compõe a RMG.

Fato é que, haverá uma reformulação nos valores e novas características em torno de como o pagamento das passagens deverão ser implementadas. “A gente tá na mão hoje a construção de um novo plano, ou um novo sistema, que atenda essa demanda de forma muito positiva. É um planejamento com mudança de tarifa, com mudança de integração, um BRT novo que está ai para ser entregue a população, isso está na mão da CMTC e temos condições de colocar isso para funcionar. É isso que procuramos fazer para melhorar o transporte coletivo hoje da nossa cidade”, destacou em entrevista ao jornalista Altair Tavares, do Diário de Goiás, nesta segunda-feira (09/08). A conversa entre o editor do DG e o presidente da CMTC poderá ser assistida na íntegra ao final desta matéria. 

Reconquistar o cliente que abandonou o serviço

Para atrair o cliente que aos poucos foi se afastando do transporte coletivo com a pandemia sacramentando o afastamento, Tarcísio traça um caminho para reconquistá-lo. “Que possamos dar ao passageiro entregas relevantes e que possam entregar benefícios a nossa população. Preciso de frota nova, tarifação equivalente, tarifação compatível com isso, preciso de um sistema que possa se integrar de forma espacial. Tudo isso são vantagens que vão compor no novo plano”.

Neste caminho, Tarcísio comenta que junto com o sistema do BRT Norte-Sul, ainda sem prazo para ser disponibilizado, haverá um “pacote de entregas” para o serviço que passam desde wifi, semáforos inteligentes para o serviço e novas linhas à disposição do usuário. “A CMTC tem trabalhado com a Prefeitura de Goiânia para gerar essa entrega. Isso envolve um conjunto de entregas. É a obra, a questão da semaforização, da tecnologia. Estamos integrando um terminal que terá wifi comunitário. Estamos entregando um wifi que terá uma priorização semafórica. Estamos integrando 53 linhas alimentadoras em quatro terminais. Só nessa primeira etapa. Esse é o planejamento para iniciar.” 

O novo sistema significará integração do sistema para que ele se torna “público”, de fato, avalia o presidente da CMTC. “Precisamos dessa participação e dessa responsabilidade. A gente tem se aproximado e colocado energias para que isso possa acontecer. Eu vejo que nos próximos meses teremos esse plano integrado”, pontua. Desta forma serviços relevantes podem ser entregues ao cliente. 

“Que possamos dar ao passageiro entregas relevantes e que possam entregar benefícios a nossa população. Preciso de frota nova, tarifação equivalente, tarifação compatível com isso, preciso de um sistema que possa se integrar de forma espacial”, avalia.

‘O BRT será entregue’

Sem cravar uma data, Abreu não garante o BRT pronto nos próximos seis meses, por outro lado, diz que as obras estão bem avançadas. As empresas já estão em processo de adquirirem a frota para a operação. “Eu não vou te falar que são seis meses pois são várias ações em paralelo. A frota por exemplo, as empresas estão em processo de aquisição da frota. A obra está em um estágio bem mais adiantado. O planejamento da operação também está em andamento hoje, tanto que a gente já sabe o volume de linhas que estão integrando. Teremos duas linhas que vai de ponta a ponta e uma menor que liga o Isidória à Rodoviária”, pontua. 

Tarcísio diz que a operação por lá começará de forma experimental. “A ideia é fazer o lançamento de uma operação experimental, para podermos testar as estações, os ônibus novos, fazer isso de forma que conceda ao usuário e a comunidade a possibilidade de vislumbrar um novo sistema. Quando a gente fala de BRT, a gente fala de um veículo rápido, um veículo de transporte rápido. A questão semafórica é fundamental, tem que dar agilidade, não pode cortar o fluxo do veículo. Temos uma reunião que acontece todas às segundas-feiras em que a gente discute a evolução de cada item desses. Como está a evolução e o andamento, não adianta ter uma obra pronta e não ter a operação pronta. Precisamos andar todos juntos”, destaca.

LEIA OUTROS PONTOS DE DESTAQUE DA ENTREVISTA:

DESAFIOS NO PRIMEIRO MOMENTO DA GESTÃO

Acho que o primeiro ponto que tivemos para trabalhar foi justamente é a oferta e todo esse serviço que estavamos prestando naquele momento de maio, com muita restrição e o embarque prioritário ainda precisando entender muito bem esse movimento. E essa criação também do plano emergencial que estava em vigor. O primeiro ponto foi esse. Trabalhar realmente para poder manter o serviço e a oferta. A disponibilidade de ônibus que estava prevista para aquele momento que tinha sido combinado com a população.

EMBARQUE PRIORITÁRIO

O embarque prioritário gera algumas condições para a cidade que é muito importante. Precisamos trabalhar esse escalonamento, o que acontece, é que pouco foi feito no escalonamento, nos horários do comércio e da movimentação da nossa cidade. Tivemos o embarque prioritário mas pouca evolução no escalonamento. Quando se fala de condições especificas de cada setor, cada ramo que precisava trabalhar, tivemos dificuldade nisso. O embarque prioritário foi uma experiência positiva. Deu para gente uma condição de um planejamento melhor para poder fazer funcionar. A gente pensar em cidade, planejamento e um serviço que atenda essa demanda, mas faltou o lado que era a contrapartida do escalonamento. Para isso, precisava escalonar algumas atividades do comercio, serviço, escolas. Tudo precisava ser preparado para que o escalonamento fosse bem elaborado. Foi uma solução bem adotada e podemos pensar no futuro em novas condições.

EXPERIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PRIVADA

A gente quer implementar uma gestão profissional por meio da CMTC. Utilizando dessa minha experiência que vem da iniciativa privada, então, trabalha realmente no processo de gestão interna, que eu possa tomar uma decisão no momento que estamos vivendo. ALém disso, é uma nova perspectiva de um novo serviço e novo planejamento. Hoje a cidade requer movimentos diferentes em algumas linhas e condições. Essa é a grande pegada que a CMTC precisa ter hoje. É a gestão profissional e atender a demanda fazendo um novo planejamento e serviço. 

NOVOS DESAFIOS

Eu acho que estamos na mão de um planejamento e um novo sistema. Isso está na mão da gente, existe hoje o compromisso de fazer um novo planejamento. É um compromisso até do próprio prefeito Rogério Cruz. O Estado também tem interesse em construir esse transporte público de forma diferenciada. A gente encontra e vive um momento dessa maturidade política e integração. A gente tá na mão hoje a construção de um novo plano, ou um novo sistema, que atenda essa demanda de forma muito positiva. É um planejamento com mudança de tarifa, com mudança de integração, um BRT novo que está aí para ser entregue a população, isso está na mão da CMTC e temos condições de colocar isso para funcionar. É isso que procuramos fazer para melhorar o transporte coletivo hoje da nossa cidade.

NOVO MODELO PARA O TRANSPORTE COLETIVO

Realmente, estamos trabalhando nisso [no novo modelo de transporte]. A expectativa é que tenhamos esse plano consolidado nos próximos meses para poder alinhar. Aqui tem que ser uma integração dos entes. Temos de ter essa responsabilidade para o transporte público. Ele é público e precisa reforçar isso. Precisamos dessa participação e dessa responsabilidade. A gente tem se aproximado e colocado energias para que isso possa acontecer. Eu vejo que nos próximos meses teremos esse plano integrado. Que possamos dar ao passageiro entregas relevantes e que possam entregar benefícios a nossa população. Preciso de frota nova, tarifação equivalente, tarifação compatível com isso, preciso de um sistema que possa se integrar de forma espacial. Tudo isso são vantagens que vão compor no novo plano.

PROJETO DO BRT E OUTRAS MELHORIAS

Lembrando que o projeto como um todo ele vai até o Terminal Cruzeiro. Estamos falando de uma operação que vai do Isidória até o Terminal Cruzeiro. Será entregue com ônibus novos e adequados a essas plataformas. São ônibus padrões com 15 metros, duas portas laterais que atenderão essas estações que tem uma altura de 95 centímetros. Os ônibus novos, toda essa estrutura será nova. A CMTC tem trabalhado com a Prefeitura de Goiânia para gerar essa entrega. Isso envolve um conjunto de entregas. É a obra, a questão da semaforização, da tecnologia. Estamos integrando um terminal que terá wifi comunitário. Estamos entregando um wifi que terá uma priorização semafórica. Estamos integrando 53 linhas alimentadoras em quatro terminais. Só nessa primeira etapa. Esse é o planejamento para iniciar. 

ENTREGA DO BRT

Eu não vou te falar que são seis meses pois são várias ações em paralelo. A frota por exemplo, as empresas estão em processo de aquisição da frota. A obra está em um estágio bem mais adiantado. O planejamento da operação também está em andamento hoje, tanto que a gente já sabe o volume de linhas que estão integrando. Teremos duas linhas que vai de ponta a ponta e uma menor que liga o Isidória à rodoviária. Não vou falar para você por seis meses. Não é que eu ache pouco tempo para isso, mas também não posso te falar que vai acontecer em duas semanas. A ideia é fazer o lançamento de uma operação experimental, para podermos testar as estações, os ônibus novos, fazer isso de forma que conceda ao usuário e a comunidade a possibilidade de vislumbrar um novo sistema. Quando a gente fala de BRT, a gente fala de um veículo rápido, um veículo de transporte rápido. A questão semafórica é fundamental, tem que dar agilidade, não pode cortar o fluxo do veículo. Temos uma reunião que acontece todas as segundas-feiras em que a gente discute a evolução de cada item desses. Como está a evolução e o andamento, não adianta ter uma obra pronta e não ter a operação pronta. Precisamos andar todos juntos.

SISTEMA TARIFÁRIO EM NOVO MODELO

No novo sistema de transporte o novo sistema tarifário será fundamental. Precisamos de ajustes e dar uma condição diferente quando se fala de tarifa. Isso requer todo um trabalho até de avaliação e contratos atuais. O contrato atual com as empresas tem um modelo que está estabelecido. Até para isso precisamos trabalhar. Precisamos trabalhar a questão do subsídio e do complemento. Qual é o valor? O que compõe a tarifa que possamos mudar? Isso faz parte exatamente do plano que estamos elaborando. O modelo tarifário requer mudanças, isto é fato. Precisamos trabalhar  com funções diferentes. Precisamos trabalhar observando os novos modais que estão disponíveis. À curta distância, hoje temos a concorrência do transporte coletivo muito grande. Precisamos trabalhar observando os novos modais que estão disponíveis hoje. A curta distância, hoje temos uma concorrência muito grande. A gente precisa trabalhar com uma tarifa diferenciada, não posso ter uma tarifa única. Isso vai requerer uma adequação de contratos. Por que não entregar outros modais a esse sistema? A questão da ciclovia, bicicletas, tudo isso precisa ser trabalhado. A condição tarifária hoje, realmente, requer uma avaliação. Será um ponto primordial. A questão tarifária hoje é o ponto chave que precisa ser alterado e modificado.

PROBLEMA DO TRANSPORTE COLETIVO É EM TODO O BRASIL

Eu acho que tanto os municípios como o estado já tem esse entendimento. Nas conversas sobre isso, esses planos, temos pensado exatamente nisso. Não quero aumentar a tarifa, mas quero dar condições diferentes para as curtas distâncias. Vivemos um momento ainda de pandemia, muita dificuldades em todos os setores. Não é diferente no transporte coletivo. O transporte público hoje passa por colapso no Brasil todo. Temos propostas de apoio e socorro até no Governo Federal. A gente precisa trabalhar e pensar nisso. Essa responsabilidade de todos os entes envolvidos.

AR CONDICIONADO NOS ÔNIBUS

Não posso te garantir isso. Hoje é um ponto. É uma pergunta de todos. A questão do ar condicionado. Eu acho que é um requisito necessário para o serviço. O ar condicionado é uma delas. Uma bilhetagem que hoje pode usar benefícios como o pix, como cartão de crédito também são outras que passam a ser necessárias. Você tem fatores que são relevantes numa aquisição de um novo serviço e nova frota para poder oferecer à sociedade.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.