O eleitor de Goiânia não pode reclamar da falta de candidatos a prefeito experientes na disputa eleitoral da capital, este ano. Mas, como as reclamações – e o mau humor – também devem ser consideradas, não sobrarão críticas ao que os candidatos já fizeram – ou deixaram de fazer ao longo de suas trajetórias. Entre os candidatos, o confronto dos históricos também pode ser um parâmetro de análise do eleitor.
A primeira pesquisa eleitoral – registrada pela TV RECORD – que será divulgada deve esquentar o debate sobre os nomes que aparecem na disputa para prefeito de Goiânia.
A efetiva entrada de Iris Rezende, 82 anos, no processo – com lançamento confirmado para 15 de junho próximo – confirma a perspectiva de que o PMDB não tinha outra opção melhor para disputar o cargo de prefeito de Goiânia, nesta eleição. A decisão reitera a condição de que Rezende é escravo da candidatura e que o PMDB é, também, escravo do líder. Aliás, um candidato muito experiente, que carrega vitórias e derrotas. O quê Iris vai mostrar de novo nesta campanha além de dizer o que já fez? Vai dizer, com certeza, que fará a “mais bela administração”.
Entre os novatos na disputa, Luis Bittencourt (PTB), Giuseppe Vecci (PSDB), Francisco Júnior (PSD) e Waldir Soares(PR) têm em comum o fato de que são integrantes da base marconista, portanto, tendem a deslocar a experiência deste segmento para a campanha eleitoral na capital. Vecci, por exemplo, se posiciona como criador do Vapt Vupt (Fato já explicado muitas vezes por Marconi Perillo nas campanhas eleitorais). Soares é o que menos acumula experiência de gestão, pois a responsabilidade que lhe rendeu projeção foi dirigir delegacias e prender bandidos.
A experiência do ex-deputado Luis Bittencourt é conhecida na área legislativa e, também, pelas disputas que participou para prefeito de Goiânia. Ele foi presidente da Assembleia Legislativa, do CREA/GO e atua como empresário. Francisco Júnior carrega as experiências como secretário da prefeitura, vereador e deputado. Talvez, uma das mais importantes, na liderança da Renovação Carismática Católica.
A delegada Adriana Accorsi (PT), pela profissão que optou, teve como maior responsabilidade o cargo de diretora geral da Polícia Civil de Goiás. Ela carrega o histórico político do pai, Darci Accorsi, que foi prefeito de Goiânia. Na disputa, a trajetória política e profissional dela são o principal contrapeso ao desgaste que tem que enfrentar por causa da atacada imagem do Partido dos Trabalhadores, hoje.
O empresário Vanderlan Cardoso (PSB) utiliza, na sua campanha a experiência na administração da prefeitura de Senador Canedo. Mas, o maior patrimônio que tem é, exatamente, a imagem de gestor que saiu do nada e, hoje, dirige empresas com sede em Goiás e outros estados. O fato de ter enfrentado duas eleições contra Marconi Perillo e Iris Rezende deve ser considerado no histórico dele. No entanto, perdeu, inclusive por falta de alianças políticas que dessem força à campanha.
Experiência é o que não falta aos candidatos a prefeito de Goiânia para encontrar um eleitor que pode buscar muito mais que isso. Mesmo que não diga, com todas as palavras, o cidadão goianiense busca uma liderança que eleve Goiânia à condição de uma cidade de alta qualidade de vida. E, que aponte para caminhos e projetos inovadores. Ou, simplesmente, um prefeito (ou prefeita) que aplique sua experiência para uma cidade que tem um eleitor muito mais exigente que em outros tempos. Talvez, a experiência, sem inovação, não seja o suficiente.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .