Nesta segunda, 31, poucas horas antes de tomar posse, o governador eleito de Goiás Ronaldo Caiado divulgou números do que poderá ser o início do governo dele. Segundo ele, o caixa do governo começará com um valor irrisório diante das necessidades imediatas provocadas pelas contas da gestão. “Sabe quanto vai ficar na conta única para o governador Ronaldo Caiado começar dia 1º de janeiro? R$ 11 milhões. É o que teremos”, disse ele em entrevista à TV Anhanguera de Goiânia.
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A conta mensal das dívidas de Goiás com a União é uma das mais salgadas para a administração pública. Um dia antes de tomar posse, Caiado afirmou que o valor de dezembro não foi pago. “O mais novo déficit descoberto pelo governo eleito, repassado nesta segunda-feira, 31, diz respeito a uma dívida vencida com a União no valor de R$ 140 milhões. Caso o débito não seja saldado imediatamente, Goiás ficará impedido de receber repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE)”, relatou ele.
Números discrepantes
Para o futuro governador, a maior preocupação é com a folha de pagamento de dezembro. O governo que sai afirma que a arrecadação do último mês de 2018 deve injetar alto em torno de R$730 milhões no caixa do governo do Estado de Goiás, após o feriado. No entanto, Caiado têm outros números.
“Receberei o Estado com uma dívida total de R$ 3,4 bilhões, sendo só com folha de pagamento R$ 1,6 bilhão. A cada momento, uma surpresa triste. É um absurdo que seja dito que se repassará o caixa com R$ 730 milhões. É inaceitável, não podemos agredir a inteligência do povo goiano. Grande parte do dinheiro que deixarão já está vinculado a contratos, não pode ser usado para pagar a folha”, reclamou ele.
O cenário, então, é de um atraso maior do que aconteceu no pagamento da folha de novembro aos servidores do governo goiano.
O governador eleito garantiu que sua equipe econômica está em busca de alternativas para superar as dificuldades. “Salário é sagrado, temos que pagar e vamos pagar. Vou chamar os servidores públicos para discutir a melhor maneira de resolver o problema. Temos que ter transparência total nos dados”, adiantou ele.
Segundo Caiado, foi conseguida junto ao ministério da Economia uma auditoria a partir do dai 14 de janeiro “para levantar todo o quadro (financeiro)” e encontrar alternativas para busca de recursos.
“Ou temos a coragem de fazer mudanças substantivas na maneira como se governa, mostrar que Estado é do povo e não de um projeto de poder, de uma personalidade, ou senão a perspectiva é caminhar para um Rio de Janeiro, onde nem o funcionalismo nem os aposentados recebem”, alertou.
Por fim, Caiado disse que, apesar das enormes dificuldades que se avizinham, acredita na recuperação de Goiás.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .