O encontro entre o governador Ronaldo Caiado (DEM) e presidentes de sindicatos e associações de servidores públicos durou quase duas horas nesta quinta, 3, e não chegou a um acordo sobre o pagamento da folha de salários dos servidores do mês de dezembro de 2018. A primeira proposta do chefe do Executivo, de parcelamento em 8 vezes, foi recusada de imediato pelos representantes dos servidores.
Outra reunião ficou marcada para o dia 17 de janeiro quando há probabilidade de que a secretaria da Fazenda de Goiás tenha um posicionamento dos órgãos do Governo Federal sobre o pedido de inclusão no Programa de Recuperação fiscal. Até, o pagamento do salário de dezembro fica indefinido para os servidores do Poder Executivo.
Até o dia 10 de janeiro, o governo pode pagar as folhas empenhadas pelo Poder Judiciário, Poder Legislativo, Tribunais de Contas e Ministério Público. (LEIA MAIS AQUÍ – Órgãos que empenharam folha de dezembro receberão, diz secretária )
“Nós não concordamos com o parcelamento, nenhum parcelamento”, frisou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Bia de Lima, falando em nome das entidades dos servidores públicos goianos.
“As categorias todas estão muito ansiosas desde o ano passado”, avaliou a presidente da entidade dos professores. Por enquanto, não há discussão sobre greve.
O governador Caiado defendou o pagamento da folha de janeiro ao invés da folha de dezembro. “Nós queremos a folha de pagamento de dezembro”, enfatizou ela em nome das entidades.
A secretaria da Fazenda, Cristiane Schmidt, reafirmou que “não tem dinheiro. “Se a gente não tiver ajuda do Governo Federal, não tem jeito. Não há dinheiro”, reforçou ela. “O que eu estou implorando para a equipe do ministro Paulo Guedes é a antecipação para o dia 7”, disse ela sobre a missão de avaliação das contas do governo sobre o programa de recuperação fiscal.
Segundo ela, se o governo goiano não conseguir a inclusão a única alternativa é o parcelamento da folha de salários. “Não tem outra alternativa que não seja o parcelado”, disse.
“A gente tá furado. No mês de janeiro inteiro a gente tem uma receita liquida de R$1,4 e uma despesa de R1,46. A folha é de R$1,6”, adicionou a secretária
A inclusão de Goiás no Programa de Recuperação Fiscal trará o benefício da disponibilidade de recursos, mas vai exigir que o governo do Estado de Goiás estará proibido de conceder reajuste para os servidores públicos. O fato, sem dúvida, deve gerar tensão política entre a categoria e a gestão de Caiado.
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Participantes
O encontro contou com a participação de deputados estaduais. Entre eles, o provável futuro presidente do poder Legislativo, Álvaro Guimarães, e do deputado Karlos Kabral que é servidor do Poder Judiciário.
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O Fórum em Defesa dos Servidores Públicos do Estado de Goiás é composto por 45 sindicatos e associações unificadas numa entidade.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .