No começo do governo de Ronaldo Caiado (DEM), em 2019, na gestão do Estado de Goiás, opositores ao político questionavam o fato de que ele nunca tinha administrado nada e que o histórico de parlamentar não ajudaria na nova tarefa assumida. Passados quatro anos, vencido o primeiro mandato, o governador provou que não é mais um deputado ou senador de críticas afiadas e duras, mas, também, que é um gestor bem sucedido.
O fechamento das contas de 2022 no superávit que pode chegar a R$10 bi, segundo a secretária da Economia, Cristiane Schmidt, é a primeira prova de que Caiado conseguiu o que nenhum dos seus antecessores alcançou. Nem o inspirador dele, Iris Rezende, no governo de Goiás, chegou a tal condição. O emedebista colocou Goiânia no maior patamar da gestão fiscal.
Os investimentos na Educação são muito significativos, em comparação com governos anteriores, chegando a R$5 bi, apesar da pandemia. Os complementos salariais anuais em forma de abono surgiram como novidade e os professores esperam que este “décimo quarto salário” continue.
A gestão da Educação, com a liderança de Fátima Gavioli, recebeu autonomia para planejar e executar projetos, mas teve que se comprometer com resultados. Em uma dessas ações, implantou a distribuição do uniforme para os Colégios Militares e acabou com uma grande angústia dos pais dos alunos desta modalidade da rede.
Na formação política da gestão, criticado por ter chamado “estrangeiros” para compor uma boa parte do secretariado, o saldo dos secretários é positivo em vários setores, cada um ao seu estilo. Não será nenhuma surpresa se a maior parte deles continuar para o segundo mandato de Caiado.
Na política de relacionamento do Poder Executivo com o Legislativo e o Judiciário, o governador surpreendeu ao manter um fórum de decisões e compartilhamento de projetos que foi ressalto por ele como um dos pilares de sua gestão. No começo da gestão, o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, bradava que o Legislativo não seria “um puxadinho do Palácio das Esmeraldas”. E, não foi. Os projetos foram encampados de forma republicana.
É no campo social que o atual governador gosta de se referir aos resultados alcançados pelo seu governo. A gestão superou os problemas das dívidas deixadas pelos antecessores como os mais de R$70 milhões do programa Bolsa Universitária. Além disso, criou novos programas como a Carteira de Motorista gratuita ( CNH SOCIAL) e o Aluguel Social. Com saldo que deve checar a R$3 bilhões em 2023, o governo de Goiás vai ter muito mais para investir na área.
Desde a eleição de 2022 que o governador Caiado tem apontado que uma das prioridades do segundo mandato é reduzir a desigualdade e melhorar as condições de vida dos mais pobres. Curiosamente, o discurso é semelhante ao que o presidente Lula fez na campanha e na posse. Na prática, os dois tem muito a acordar para remar no mesmo sentido.
Não foi por acaso que Caiado conseguiu o apoio de mais de 220 prefeitos na campanha de reeleição. Se antes os administradores municipais viviam de “pires na mão” para mendigar seus recursos ao governo goiano (Saúde; Transporte Escolar), na atual gestão os recursos foram repassados mensalmente e sem atraso. Caiado foi um governador parceiro dos prefeitos.
O governo sofreu durante a campanha a crítica de que não conseguiu fazer investimentos ao nível que o Estado de Goiás merece. No entanto, a maior obra de Caiado foi fazer o ajuste fiscal das contas estaduais e criar as condições para que a nova gestão possa, enfim, ampliar os projetos e manter o equilíbrio financeiro. Como primeira meta, sair do Regime de Recuperação Fiscal abre novas e boas perspectivas para execução dos investimentos.
O relatório do governo tem muitos outros pontos a serem considerados e é na saúde que os goianos tiveram a sorte de ter um médico na gestão da pandemia. Contrariando o aliado Jair Bolsonaro, Caiado defendeu a ciência e não negligenciou na estruturação do atendimento aos goianos contra a Covid-19.
A ampliação da rede foi significativa e o novo Hospital Materno Infantil (HECAD) é um exemplo. A saúde precisa de muito mais investimentos para superar situações críticas do atendimento no interior, da falta de hemocentros, na ampliação da alta complexidade pelo Estado.
Os opositores tiveram que engolir um administrador Caiado que superou os anteriores em vários da gestão. É essencial que o ritmo e a criatividade tenham foco no que é o mais importante: Um Estado eficiente e que melhore as condições de vida da população. Agora, é Caiado 1 x Caiado 2, os outros ficaram no passado.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .