(*) Por Vassil Oliveira
Por muito tempo, uma das críticas mais frequentes a Ronaldo Caiado era a de que não tinha jogo de cintura para alianças. A aposta, então, era de que nunca chegaria ao Senado ou ao governo. Buscando aproximação com o MDB, no entanto, ele se elegeu senador e começou a costurar a candidatura ao governo. E só não se elegeu com o MDB ao seu lado porque o MDB não quis.
Na campanha para o governo, juntou um leque de partidos dos mais variados grupos políticos do Estado. Não ganhou sozinho. Agora, inicia uma reformulação de sua equipe buscando mais legendas, procurando ampliar os apoios e alianças, de olho em 2022. Novamente acena para o MDB, e novamente mostra disposição para passar por cima de contratempos e contrariedades.
O intransigente político em Goiás não tem sido Caiado. Até mesmo na relação com o governo federal pode ser visto um governador com um olho no pragmatismo – na visão de que governo não briga com governo – e outro na história. Ele não pode ser colocado na conta dos bolsonaristas raiz, mas também não é inimigo do presidente. Caiado negocia, segue em frente, sem radicalizar.
Caiado joga seu jogo com foco no resultado. Na velha máxima que ensina que você escolhe entre ter razão e ganhar a eleição, ele parece não ter dúvida: quer ganhar.
(*) Vassil Oliveira é jornalista