O senador Ronaldo Caiado é candidato a governador de Goiás com discurso de candidato a presidente da República.
Em entrevista ao programa ‘Mariana Godoy Entrevista’, da RedeTV, ele deixou claro que seu foco é o governo. Mas deu provas de que está pronto para discutir qualquer tema, mesmo os que extrapolam os limites do Estado.
Há vários os vídeos em suas redes sociais com partes do programa. As declarações são duras, contundentes, como em relação a pedofilia.
Sobre fundo partidário, ele disse:
“Temos de entender que vamos para a campanha num momento de crise de proporções inimagináveis, com classe política desacreditada. Imagina o Brasil em plena crise destinar 3 ou 4 bilhões para uma campanha. A sociedade não suporta mais. É total a falta de sintonia do Congresso com as ruas. O momento hoje é outro. Tem de fazer uma campanha cara limpa. Quem pode andar nas ruas tem condições de ser candidato.”
A respeito de sua PEC que propõe carreira de médico de Estado:
“Por que não temos especialistas (médicos) no interior? Porque as pessoas ficam dependentes do humor político, não tem estabilidade, não tem como se manter atualizadas. Quando se coloca carreira de estado para os médicos, se dá garantia ao especialista de se instalar no interior. A solução não é a pulverização de médicos com a criação de mais vagas nos cursos de Medicina: é a distribuição correta dos médicos.”
Sobre a possibilidade do prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB) se filiar ao DEM e ser candidato a presidente:
“Tivemos oportunidade de jantar com ele (Dória), várias conversas foram feitas. O momento é de articular. Não temos nenhuma restrição, não só em relação a ele. É um jogo aberto. Em eleição majoritária não adianta artimanha de cúpula. Tem de ter capacidade de articulação.”
Em relação à disputa em Goiás, Caiado manteve no tom que tem adotado nas movimentações pelo interior:
“Infelizmente Goiás foi muito penalizado com a gestão que está aí há 20 anos. Hoje Goiás é um dos Estados mais endividados do País. É triste vê-lo nessa condição. Goiás foi roubado. Fizeram uma lei com duração de uma semana que deu anistia de quase R$ 1 bilhão para a JBS.”
Caiado tem o desafio de convencer o PMDB a deixar de ter candidato a governador para apoiá-lo. Sem o partido, já falou, não será candidato. Tarefa nada fácil.
Faz sua parte. Está em campo, com os encontros pelo interior do Estado. E está armado com discurso firme e forte no conteúdo e na retórica. Tudo na ponta da língua.
“Sou político com mandato há 22 anos. Nunca me viram envolvido em escândalo. Tenho orgulho de ser político, de ser senador por Goiás. E aqueles que pensam que denegrindo a classe política se constrói democracia estão enganados. A política é algo responsável e sério. Os maus políticos não podem denegrir totalmente a política.” Falou e disse.
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Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).