Após muita polêmica, o acordo entre o senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) e os empresários goianos levou à redução dos incentivos e benefícios fiscais com previsão de aumento da arrecadação de Goiás em um R$1 bilhão. Os empresários aceitaram reduzir seus benefícios oriundos dos programas Produzir e Fomentar em um prazo de 12 meses.
“O ponto fundamental é que construímos um entendimento, através da sensibilidade enorme e do compromisso de todo o setor industrial, que vai estender as mãos para Goiás nesta hora difícil. Vai nos ajudar numa mudança de incentivos neste ano de 2019, dando uma margem de R$ 1 bilhão para que o estado possa ser socorrido neste momento”, comentou Caiado, em entrevista coletiva.
O futuro governador foi convencido de que os novos investimentos contribuirão, também, para o aumento da arrecadação. “Além do resultado positivo deste entendimento, ainda temos a certeza de que avançaremos com muitas indústrias que se instalarão em nosso estado”, diss ele.
Pelo lado dos empresários, o presidente da Associação Pró-desenvolvimento Industrial de Goiás, Otávio Lage Filho, reforçou que o diálogo foi o principal motivador do acordo. “Foi na verdade a boa vontade de todos em ajudar a encontrarmos uma solução. Acho que nós, os empresários, temos uma responsabilidade grande com o Estado. Queremos ver Goiás crescendo, desenvolvendo. E abrimos mão durante 12 meses de parte dos nossos incentivos para que possamos ver o estado dando certo”.
Ele explicou que “com esse acordo, a maioria das empresas deve fazer ainda mais investimentos, crescer e desenvolver. O mais importante: não estamos quebrando contratos. Estamos ajustando. Estamos em consenso”.
Destino
Caiado reiterou que os recursos conquistados com a redução de incentivos em 2019 terão destino certo: “Em um momento delicado como esse nós temos uma alavancagem de R$ 1 bilhão para dar continuidade a uma situação precária de falta de caixa do Estado, dos problemas com a saúde pública, com a folha de pagamento, com bolsa universitária”.
O governador eleito disse que o Estado dará sua contrapartida: “Informei aos empresários que vamos fazer uma reforma do Estado, conter despesa, diminuir a máquina, qualificar o atendimento. Este acordo firmado aumenta nossa responsabilidade de mostrar para a sociedade que o Estado não pode ser máquina pesada no bolso do cidadão. Ela tem que levar serviços de qualidade e ter tamanho suportável pela população”.
Pelo texto do acordo, que foi aprovado pelos deputados há setores que serão mais atingidos, principalmente o sucroalcooleiro, automotivo e o farmacêutico. O álcool anidro, por exemplo, terá redução de 20%. Será alterado de 60% para 40%. A redução no setor farmacêutico será de um terço dos créditos outorgados. O setor automobilístico que tem isenção de impostos com crédito outorgado passará a pagar 5% em média, em taxas.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .