23 de dezembro de 2024
Publicado em • atualizado em 05/08/2019 às 15:43

Brasileiros rejeitam a pauta armamentista e americanista de Bolsonaro

(Foto: Alan Santos/PR)
(Foto: Alan Santos/PR)

Marcus Vinícius 

A pesquisa Datafolha, publicada hoje pelo jornal Folha de São Paulo mostra que a maioria dos brasileiros é contra a agenda da morte proposta pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ). A maioria dos entrevistados rejeitou a proposta de liberação de armas, assim como se posicionou contra o discurso bolsonarista de que “bandido bom é bandido morto”, ou a tese de encarceramento em massa defendida pelo ministro da Justiça Sérgio Moro.

O levantamento também mostrou que o brasileiro está preocupado com o avanço do desmatamento e com a invasão de terras indígenas, mostrando-se totalmente contrário à política de “liberar geral” a invasão de reservas indígenas e reservas ambientais. Outro ponto importante foi a veemente condenação dos entrevistados ao alinhamento automático do Brasil aos Estados Unidos.

Há também uma censura clara dos brasileiros quanto à apologia que Bolsonaro faz à ditadura e o seu desprezo aos direitos humanos e à própria Constituição Federal.

 

Armas, presídios, violência

A pesquisa revela que os brasileiros se cansaram do discurso armamentista do presidente Jair Bolsonaro (PSL).  Respondendo à pergunta: “A sociedade brasileira seria mais segura se a polícia matasse mais suspeitos”, 68% responderam que discordam da afirmação, contra 29% que apoiam.

O levantamento mostra que a politica bolsonarista de “ botar todo mundo na cadeia”, não tem apoio da maioria da população: 34% dfiscordaram e 62% concordaram com a pergunta feita pelo Datafolha, de que “Quanto mais criminosos nos presídios, mas as facções fortalecem”.

Outro ponto que demonstra que o presidente Jair Bolsonaro está governando de costas para a população é a questão do armamento da população. Para 66%dos entrevistados  a posse de armas deveria ser proibida, enquanto 31% acreditam que possuir uma arma é um direito. ambiente e reservas indígenas

Ainda no período eleitoral, o então candidato Jair Bolsonaro havia deixado claro sua discordância com a política brasileira sobre meio ambiente e reservas indígenas. Ele negou as mudanças climáticas, criticou o Tratado de Kyoto e ameaçou deixar o Acordo do Clima de Paris, recuando somente para assinar o acordo de comercial entre o Mercosul e a União Européia no mês passado. Mas, neste início de agosto, Bolsonaro sinalizou que pretende recuar do acordo com a UEU, em favor de um acordo bilateral com os Estados Unidos. Bolsonaro também tem defendido abertamente a extração de minério e madeira nas reservas indígenas. Mais: demitiu o diretor do Inpe (Instituto de Pesquisas Especiais), Ricardo Galvão, porque este demonstrou que aumentou o desmatamento no Brasil. destas iniciativas governamentais, o Datafolha perguntou aos brasileiros: “A política ambiental atrapalha o desenvolvimento do Brasil?”, 59% discordam, 35% concordam, 1% não concordam e nem discordam.

Em relação às reservas indígenas o Datafolha questionou: Governo deve reduzir as áreas destinadas às reservas indígenas?”, 60% discordam, 37%, concordam e 3% não souberam opinar.

 Estados Unidos

O presidente Jair Bolsonaro é um defensor da ditadura militar (1964-1985), da tortura e de torturadores que atuaram no regime de repressão, como o Carlos Alberto Brilhante Ustra foi um coronel do Exército Brasileiro, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército, um dos órgãos atuantes na repressão política, durante o período da ditadura militar no Brasil. Também era conhecido pelo codinome Dr. Tibiriçá.

Na semana passada, o presidente ofendeu a memória do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Felipe Santa Cruz. Bolsonaro disse que o pai de Felipe Santa Cruz,  o estudante de Direito Fernando Santa Cruz, havia sido morto por militantes de esquerda. Relatório secreto RPB 655, do Comando Costeiro da Aeronáutica, obtido pela Comissão da Verdade, atesta que o estudante Fernando Santa Cruz foi preso pelo regime em 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro.

Diante disto, o Datafolha perguntou: “31 de março de 1964 (início da ditadura militar) deveria ser comemorado ou desprezado?”, para 55% deve ser desprezado, 37% acham que deve ser comemorado e 7% não respondeu.

A relação submissa do presidente Jair Bolsonaro ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump também foi motivo de rejeição dos entrevistados. O Datafolha perguntou: “Brasil deve dar preferência ao governo dos EUA em relação a outros países?”, 66% responderam que discordam, 29%, concordam, 1% nem concorda, nem discorda e 4% não respondeu.