As eleições da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Goiânia estão previstas para o dia 1º de janeiro. Articulações estão a todo vapor, vereadores novatos e os reeleitos não param de conversar. Reuniões, encontros, almoços, diálogos a pé de ouvido é o que mais tem ocorrido no dia a dia dos parlamentares.
De concreto, até agora nada. Diferentes grupos tentam construir apoios, no entanto, se um vereador diz que está em um grupo, ele ainda está conversando com outro, inclusive os que se colocaram como candidatos.
A tendência é alguns recuem e outros nomes ainda não postulados se apresentem. Definição mesmo do cenário, somente na véspera, após a digestão do Peru de Natal, em meio a brindes de champanhe, na chegada de 2017. A eleição da Mesa Diretora está marcada para o dia 1º de janeiro.
Base de Iris
Se não cochilar, a base do prefeito eleito, Iris Rezende (PMDB) com certeza elegerá o novo presidente da Câmara Municipal. Vereadores têm conversado com Iris Rezende. A mensagem dita por ele é que os parlamentares têm liberdade para construir e aquele que tiver mais condições terá o apoio.
Foram colocados ou especulados até o momento na base do prefeito Iris: Andrey Azeredo, Clécio Alves e Wellington Peixoto, todos PMDB, além de Paulinho Graus (PDT) e Paulo Magalhães do (PSD).
Pesa contra Andrey Azeredo o fato de ser o primeiro mandato. Nos bastidores vereadores não veem com bons olhos um novato ser o presidente do Legislativo, ainda mais que agora a eleição tem peso maior, pela possível e provável desistência de Major Araújo. Pesa a favor dele o fato de ter proximidade e boa relação com Iris. Oficialmente ele não se colocou como candidato, mas o nome é bastante especulado.
Clécio Alves tem como ponto favorável a boa articulação, bom relacionamento com Iris. Mas a avaliação dele enquanto presidente da Câmara no biênio 2013-2014 não é das melhores. Vereadores avaliam que na condição de chefe do Legislativo, ao invés de devolver dinheiro para a Prefeitura poderia ter aplicado na Câmara.
Há reclamações quanto a questões estruturais, goteiras nos gabinetes por conta de buracos no teto, além de faltar equipamentos básicos como resmas de papel para o trabalho diário dos parlamentares. Clécio terá que conversar com parlamentares e tentar argumentar que foi bom presidente. Na gestão dele, pendências antigas da Câmara foram solucionadas, como os acordos salariais de servidores relativos a transição do Plano Cruzeiro Real para o Plano Real.
Wellington Peixoto tenta construir um grupo para buscar apoio de Iris. Pesa contra o fato de alguns parlamentares deste grupo já estarem em conversa com outros grupos de vereadores. Outro ponto que não é favorável a ele é que vereadores entendem que ele está especulando na busca de espaços para o pai na prefeitura. Pesa favorável a ele a boa votação que teve, o apoio do diretório do PMDB Metropolitano, presidido pelo irmão dele, deputado estadual Bruno Peixoto.
Paulinho Graus e Paulo Magalhães tem poucas chances e apoios, apesar da fidelidade a Iris Rezende. Deverão compor na chapa de algum candidato.
Oposição
Pelo lado da oposição, os dois nomes que despontam são os dos “Tucanos”: Dra Cristina e do atual presidente, Anselmo Pereira. A não ser que ocorra uma articulação externa, como na última eleição, em que o presidente da Agetop, Jayme Rincón teve papel decisivo nas articulações, dificilmente a oposição a Iris terá condições de eleger o novo presidente.
Dra Cristina é considerado um bom nome, mas tem resistência por parte dos parlamentares. A líder do PSDB na Câmara não conseguiu muitos apoiadores até o momento. Já o presidente Anselmo Pereira tem gestão boa avaliada pelos parlamentares atuais. Foram realizadas diversas melhorias estruturais reclamadas a bastante tempo pelos vereadores.
Porém há resistência pelo discurso em que adota em alguns momentos contra alguns parlamentares que ficam chateados. Anselmo costuma dizer que na Câmara é ele que manda, que decide as coisas, o que já chateou muita gente no legislativo.
Se Anselmo conseguir corrigir este ponto, junto aos parlamentares, tem condições de dificultar a eleição de algum nome da base “irista” e de até conseguir a vitória. Anselmo tem profundo conhecimento do legislativo e sabe como poucos na Câmara de Goiânia, articular.
Observação
Vale dizer que em oportunidades anteriores, nas recentes gestões de Iris em Goiânia, houve cochilo ou desinteresse e nomes da oposição presidiram o legislativo enquanto ele foi prefeito, por exemplo, Deivison Costa (PT do B).
Outras informações
Estes são alguns cenários da eleição da Câmara Municipal. No decorrer dos dias, trarei aqui neste espaço outras informações dos bastidores, com algumas opiniões do processo.