29 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 04/08/2014 às 00:03

Ataque e defesa na eleição

Em eleição só não vale perder, o resto pode. Não existe eleição simples, nem eleição ganha. Muito menos sem críticas, sem ataques, sem contestações, sem defesas. A briga pelo poder não tem inocentes. O debate entre os candidatos a governador de Goiás, na Rádio 730, marcou, de certa forma, o ambiente mais pesado da eleição. E, extendeu-se para outros momentos na última semana da campanha eleitoral em julho. Campanha fria nas ruas, quente nos discursos.

A crítica dos candidatos Iris Rezende (PMDB), Antônio Gomide (PT), Alexandre Magalhães (PSDC), Weslei Garcia (PSOL) e Vanderlan Cardoso (PSB) contra Marconi Perillo (PSDB) eram previsíveis que acontecessem. No entanto, serviram para o candidato situacionista entender uma parte das respostas que vai ter que dar na propaganda eleitoral e nos próximos debates.
Não existe campanha igual, mas elas ensinam. É fato que os marconistas aprenderam a ganhar eleições dos tradicionais oposicionistas: PMDB e PT. Agora, a ordem explícita da situação é não deixar nenhuma crítica sem resposta. E assim tem sido. Iris Rezende fala de falta de asfalto e a resposta foi dada sobre a licitação já encaminhada para a mesma estrada.
Se Vanderlan, ou outro, candidato critica a Segurança, a resposta sobre os investimentos na área já está pronta. Se Antônio Gomide contesta o discurso da falta de recursos federais na Segurança Pública, não ficará sozinho no debate. Eleição é isso, toma lá e dá cá.
Neste ambiente, quem ganha e quem perde? Do ponto de vista eleitoral, não tende a grandes alterações no quadro. Mas, a eleição vai muito mais além. Afinal, é na observação das críticas e defesas que o eleitor se posiciona. E ajuda, também, aos apoiadores das campanhas a entender os discursos de seus candidatos. Crítica coerente, embasada, pode enfrentar uma contestação objetiva e também coerente. A crítica pela crítica, com rancor, com ofensa, pouco ajuda na condução da eleição.
O eleitor espera por argumentos. Ele espera ser convencido, mas não dá folga aos candidatos a governador nesta tarefa. Tem que ser inteligente, tem que ter justificativa, há que se ter uma certa racionalidade. O eleitor, naturalmente, é levado a comparar e a tomar uma decisão muito simples: ou quer continuar ou quer mudar, no dia da eleição.
Esta é a guerra real e a cena da eleição de 2014 para governador de Goiás promete um ambiente bem mais pesado do que foi até agora, apesar da aparente frieza da campanha.

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .