O jornalista Alex Solnik resumiu com uma clareza impressionante as causas do reduzido protesto acontecido em várias cidades brasileiras neste domingo, 13, no artigo “Era uma vez um impeachment”.
Ele argumenta que boa parte dos brasileiros não tem interesse – ou não apoiaram – no processo de impedimento da presidente Dilma Roussef e elencou uma série de motivos.
São eles:
1) O primeiro é que não há um motivo forte, determinante e isso quem diz não são os petistas nem os esquerdistas, são experts até de direita, como o ex-ministro Delfim Netto e o ex-governador Claudio Lembo;
2) As tais pedaladas fiscais usadas como pretexto não têm a mínima consistência, como diz Delfim Netto hoje ao El País “no Brasil se pratica pedalada desde Dom João VI”;
3) As pessoas já se tocaram que as questões politico-jurídicas têm que ser resolvidas no âmbito jurídico-político e não nas ruas;
4) A continuação do impeachment só traz prejuízos ao país e aos brasileiros pois quanto mais instabilidade política menos investimentos externos e menos investimentos internos o que vai agravar a situação do emprego e da retomada do crescimento;
5) As pessoas já perceberam que se Dilma cair em seu lugar virá a turma do Temer e do Cunha com as consequências que ninguém quer pagar para ver;
6) O mais importante agora é afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados a fim de ser retomada a ordem democrática, sem pressões indevidas, manobras escusas e chantagens;
7) O país precisa de tranquilidade para recuperar o tempo perdido nesse debate estéril que nos paralisou em 2015.
6 mil pessoas, segundo estimativas oficiais, teriam participado do protesto em Brasília, contra 20 mil da previsão do protesto anterior. No Rio de Janeiro, 5 mil participantes teriam ido ao protesto deste domingo contra 100 mil, anteriormente. Em Goiânia, as manifestações já reuniram 60 mil pessoas e a Polícia Militar de Goiás (PM GO) estimou em 4 mil participantes.
É fato, os protestos estão menores nas ruas. Nas redes sociais, é perceptível que há uma guerra equilibrada entre os que defendem a saída da presidente e os que defendem que Dilma Roussef continue para conduzir o país e entendem que a mudança deve acontecer na direção da Câmara dos Deputados.
Aliás, o dia para o protesto foi muito mal escolhido: Data da comemoração do AI-5 (Ato Institucional 5) que instituiu a censura no Brasil, durante o período dos mlitares no poder.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .