Desde o primeiro debate entre os candidatos a presidente da OAB/GO, realizado pelo Diário de Goiás e Rádio Vinha FM, acompanho detalhadamente o debate entre as chapas sobre a situação financeira da instituição. Documentos foram pedidos, e encaminhados, declarações objetivas sobre dívidas e patrimônio, para entender o movimento tanto a escolha dos candidatos para este assunto.
A direção da OAB informa que a instituição tem um patrimônio em torno de R$160 milhões, um orçamento anual de R$30 milhões, valor em torno de R$8 milhões de anuidades a receber, uma inadimplência de 22% (em 13/11/15), não há dúvida de que há uma situação de equilíbrio financeiro. De abril a outubro de 2015, foram recebidos, segundo o relatório, R$9 milhões em anuidades atrasadas.
Que empresa não gostaria de ter uma situação assim? Ademais, com uma conta a receber de R$8 milhões de reais, e com patrimônio que pode garantir um endividamento muito maior do que tem, a OAB/GO, como qualquer organização considerada grande, pode recorrer ao mercado financeiro para realizar investimentos.
Segundo o presidente da OAB/GO, e candidato à reeleição, em entrevista ao Diário de Goiás e à Vinha FM, contratos de financiamento de ampliação da estrutura da instituição foram quitados, este ano. “Liquidamos o contrato de R$ 5 milhões, do BicBanco, no dia 13 de agosto; estamos liquidando o contrato na Credijur, no dia 30 de novembro, no valor de R$ 198,540,98 mil; e fica vivo um contrato da Caixa Econômica Federal, no valor da parcela de R$ 89,532,36 mil, que tem vencimento em julho de 2017. Hoje, somado o saldo devedor deste contrato é de R$ 1,790,647,20 milhão”, disse ele.
O presidente contesta, veementemente, o discurso do candidato oposicionista, Lúcio Flávio, que fala de “rombo”, na OAB/GO. De fato, entre o “equilíbrio” e o suposto “rombo”, há uma distância muito grande, e a verdade está muito mais para o equilíbrio, pois os numerous mostram a situação com bastante clareza.
Por outro lado, o discurso sobre a situação financeira da OAB/GO serviu para abastecer a estratégia da oposição. E, eleição é isso, o que importa é desgastar o adversário. Aliás, sustentar uma versão até que ela vire verdade é uma das tarefas da política. No entanto, a análise objetiva dos dados não sustentam o discurso. Ao contrario, reforçam a defesa do equilíbrio.
Outra conta muito direta é: Se o saldo que resta do contrato de financiamento da ampliação da estrutura da Ordem é de R$1,7 milhão e as contas a receber equivalem e R$8 milhões, em relação a 2015, há então uma previsão de saldo positivo do ponto de vista financeiro.
É essencial que os candidatos a presidente da OAB de Goiás debatam a gestão e as finanças de uma instituição tão importante. Mas, é profundamente necessário que o conteúdo seja sustentado em verdades e dados objetivos. No mínimo, que os candidatos sejam corretos com a realidade dos fatos e não com sustentação de inverdades. Afinal, a OAB é muito maior do que isso.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .