Após uma semana turbulenta entre o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Hélio de Sousa (PSDB) e o deputado Major Araújo (PRP), o ânimo entre os dois se acalmou na tarde desta quinta-feira (15). Após a sessão ordinária, Hélio chamou Major para uma conversa. Os dois ficaram pouco mais de 10 minutos conversando. Apesar do diálogo, o processo contra Major Araújo, seguirá tramitando no Conselho de Ética.
Na última terça-feira (13), Major Araújo fez uma série de críticas ao presidente da Casa, pela condução dos trabalhos, por não ter disponibilizado projetos do Pacote Fiscal com antecedência. O parlamentar chegou a gravar um vídeo, ele usou alguns adjetivos contra o presidente, por exemplo, “vagabundo” e ainda chamou a Assembleia de “merda”.
O presidente disse que na conversa com Major Araújo procurou mostrar a ele o porquê de cada medida tomada, que a intenção é colaborar com o trabalho dos deputados, mas de acordo com o regimento.
“Sou uma pessoa que entendo que o diálogo é a arma que o cidadão deve usar para mostrar o seu ponto de vista. Eu em momento algum foi procurado pelo Major ou não me encontrou, não sei qual motivo, ele buscou na minha assessoria pessoas que não trabalham com tramitação de projetos. A pessoa responsável trabalha em outra sala. Houve a meu ver um desencontro nesta questão. Não haveria nenhuma dificuldade”, disse.
Major Araújo confirmou a informação de que entendeu a explicação do presidente, mas que em alguns pontos não concorda. Ele pediu mais transparência na tramitação dos projetos, principalmente os mais polêmicos.
“Ele veio me explicar as medidas que tomou. Eu ouvi. Entendo que algumas medidas são injustas. Ouvi as explicações, entendo, não vou polemizar. Acho que falta transparência. Conversei com ele sobre isso. Enfim, ele disse que houve mal entendido, eu entendo que sim, mas não vejo com muita esperança as coisas mudarem”, destacou.
Outro ponto da conversa dos dois foi em relação aos irmãos de Major Araújo. Os dois são policiais militares e trabalham na Assembleia. Eles recebiam uma gratificação, assim como qualquer outro policial que exerce função no Legislativo ou na sede do Judiciário.
Houve uma ação do Ministério Público para que providências fossem tomadas, pois poderia ser um caso de nepotismo. Como Major Araújo não aceitou a saída dos irmãos da Assembleia, por entender que são concursados e prestam serviço, houve a retirada da gratificação paga pelo Legislativo, para que não ficasse caracterizado vínculo entre a Assembleia e os irmãos do parlamentar.
Conselho de Ética
Questionado se com a conversa e os ânimos mais calmos poderia resultar em um recuo no processo que foi protocolado no Conselho de Ética, o presidente Hélio de Sousa, disse que não.
“Entendo que o fato de ele ir para o Conselho de Ética é importante para mostrar o porquê que fez aquelas acusações. Acho que é importante. É uma oportunidade de se defender. Tem sido questionados pelos deputados. É uma oportunidade para se posicionar e fazer a defesa e explicar”, disse.