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O prefeito Iris Rezende (MDB) e o governador José Éliton (PSDB) estiveram juntos nesta quinta-feira (26). Os dois dialogaram por cerca de uma hora. O encontro foi no Paço Municipal. Em pauta a crise de relacionamento entre Governo de Goiás e Prefeitura de Goiânia na área da Saúde Pública e a extensão da Avenida Leste Oeste. A princípio a conversa rendeu, mas precisa avançar além das palavras.
No que se refere a saúde pública, houve um grande tensionamento nas últimas semanas entre Estado e Prefeitura de Goiânia. O governador inclusive assinou ato para encaminhar a Assembleia Legislativa projeto de lei para que o Governo de Goiás tome das mãos da Prefeitura de Goiânia, a regulação dos hospitais estaduais.
José Éliton e Iris terminaram a reunião com o discurso alinhado de que os secretários atenderão a orientação dada pelos dois e que não ficarão se “engalfinhando”. A princípio o projeto de mudar a regulação dos hospitais será enviado à Assembleia.
Além das palavras e dos sorrisos nas fotografias enviadas pelas assessorias de ambos, faltou a indicação de quais ações a serem tomadas por ambas as partes. Mesmo questionados pela imprensa, nenhum dos dois gestores disseram na prática o que vai melhorar nesta relação.
A extensão da Avenida Leste Oeste também foi outro tema da reunião entre Iris e José Éliton. O prolongamento da via corresponde ao trecho da Praça do Trabalhador (que também será reestruturada), até a saída para Senador Canedo.
A obra está orçada em R$ 70 milhões, sendo R$ 35 milhões para o Estado, por meio do Programa Goiás na Frente e o restante de responsabilidade da Prefeitura de Goiânia.
O secretário Paulo Ortegal explicou ao Diário de Goiás que faltam apenas alguns detalhes burocráticos a serem superados para que o Estado faça os depósitos. A data limite é 30 de junho, por conta de restrições na legislação eleitoral.
Lembramos de situação semelhante que ocorreu em 2014. No final de abril e no começo de maio daquele ano, o governo do Estado e a Prefeitura de Goiânia entraram em acordo e firmaram convênio para a compra de 20 a 30 caminhões compactadores para auxiliar na coleta de lixo da capital.
Ao todo, R$ 6 milhões seriam investidos na aquisição dos novos veículos, sendo R$ 5,8 milhões do Tesouro Estadual e uma contrapartida de R$ 200 mil do Município. O recurso não foi repassado.
O governo alegou a época que faltava a prefeitura encaminhar documentação e que só foi entregue no prazo final, não havendo tempo hábil para o depósito. Já a prefeitura argumentou a época que a documentação estava nas mãos do governo, mas que deixaram para a última hora para fazer o depósito.
Goiânia vivia uma crise no recolhimento de lixo orgânico. Ainda hoje consequências são sentidas. A Comurg até os dias atuais não consegue dar uma regularidade no serviço de coleta, os caminhões estão velhos e sucateados. Não há previsão para compra de novos caminhões.
A questão aqui não é analisar quem está certo ou quem está errado. Para a população isso pouco importa. Para aqueles que pagam pesados impostos, o que é importante, é o resultado. As atitudes não podem ficar apenas no campo das palavras, é preciso ação.
No caso da Saúde Pública e ainda da Avenida Leste Oeste, o importante para a população é um encaminhamento prático do que foi abordado entre Iris e José Éliton, para que não caia em descrédito como em 2014, no falido acordo para se comprar caminhões de coleta de lixo.
Portanto, é preciso que os dois gestores tenham de fato um desprendimento político partidário e procurem resolver o quanto antes a questão. Nas últimas semanas, Estado e Prefeitura apresentam argumentos diferentes na área da Saúde, um jogando a culpa no outro e dizendo que faz muito e a população que procura atendimento, carece de uma assistência mais adequada.
Quanto a Praça do Trabalhador é uma “terra de ninguém”, falta o Poder Público pôr ordem e não colocar em risco ações de um grande polo da economia local. Na mobilidade, Goiânia carece de uma ligação direta entre Senador Canedo e Trindade e a Leste Oeste precisa avançar, hoje ela poderia ser chamada apenas de Oeste porque para o Leste nada foi feito até aqui.
Os problemas são diversos, por isso que os gestores precisam ir além das palavras e agir de fato para resolver questões que se arrastam já algum tempo.