O ano de 2015, no governo de Marconi Perillo, foi de uma sucessão de desgastes que atingiram a imagem da administração. A começar pelas dificuldades para a manutenção da folha de pagamento em dia a partir da alteração do calendário de pagamento. A contenção do volume de obras provocou a paralisação de várias delas (o Estádio Olímpico foi uma delas). A falta de manutenção das estradas levou a muitas críticas durante o periodo chuvoso por causa dos buracos em várias delas.
O desgaste foi adicionado, também, pela alteração nos reajustes salariais programados para a área de segurança que foram transferidos para 2018. As categorias ameaçaram uma forte reação, mas acalmaram a partir das negociações feitas diretamente pelo governador Perillo.
Apesar de um processo em que o governo de Goiás saiu-se vitorioso, a ocupação das escolas promoveu a exposição negativa da gestão goiana para o Brasil. Quem diria que um grupo de estudantes, ocupando menos de 30 das 1.160 escolas estaduais, levasse o assunto das Organizações Sociais como denúncia para a mídia fora de Goiás e fora do Brasil. Os temas de desgaste foram muitos no primeiro ano de governo para Marconi Perillo.
E, agora? O governador, no quarto ano de mandato, vai conseguir virar o jogo? Como vai conseguir mais uma vez reverter a situação como nos anos anteriores? É fato que Perillo tem experiência na superação de adversidades e tem foco para a construção de uma imagem – que poderá ser positiva – ao final do governo.
No curso do tempo, a reeleição de Perillo em 2014 representou uma grande vitória, principalmente pelo fato de que o gestor enfrentou um profundo desgaste em 2012 quando a avaliação do governo foi a indices baixíssimos. O início da recuperação em 2013 abriu o caminho para a vitória contra Iris Rezende no ano seguinte.
Está mais do que claro que Perillo projeta a busca de um resultado politico que possa construir uma imagem nacional e, assim, atingir seus projetos politicos futuros. Do mesmo modo que, recentemente, Eduardo Campos, no Pernambuco, e Aécio Neves, em Minas Gerais, o governador de Goiás espera construir uma base no governo para a presença nacional. E, apesar dos problemas, tem conseguido ampliar sua imagem como liderança no PSDB.
Não há dúvidas de que a liderança do Fórum de Governadores do Centro Oeste foi um passo que constribuiu, mas há muito que trabalhar. Se Perillo olha para a política nacional, tem que construir um governo de alta aprovação em Goiás.
A imagem do governador, como gestor e administrador, tem sustentado, razoavelmente, a aprovação positiva do governo que não chegaria ao índice de 53% divulgado recentemente, mas um pouco abaixo disso, na realidade. No entanto, a imagem da administração, em geral, não é a mesma. Ou seja, o atual governador usa o crédito da imagem de Perillo.
Para virar o jogo, o governo de Perillo pode contar com mais investimentos na manutenção das estradas, mas, certamente, conta com o leilão da CELG para ampliar o caixa da retomada. No entanto, com caixa limitado por causa da queda na arredação, o governo Perillo vai, enfim, “mudar o disco” da crise para uma situação inversa? Eis a questão.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .