Como vice governador, e nome natural na sucessão de Marconi Perillo (PSDB), José Eliton Jr. tem a oportunidade de conquistar a consolidação da candidatura ao Executivo, em 2017. O exercício do cargo de secretario de segurança pública serviu para o vice mostrar que tem capacidade administrativa, gerencial, mas, principalmente, de liderança. Eliton saiu maior do que entrou na SSPAP.
Os elogios de Marconi Perillo ao vice quando anunciou que ele estava de saída da segurança pública devem ser entendidos como uma justificativa política para a mudança, mas, também, como reconhecimento pelo esforço de implantação de uma nova política para o setor. Este, aliás, o mais sensível, hoje, para o cidadão goiano que manifesta medo pelo atual estado de insegurança.
Com apresentação de resultados de novembro, José Eliton apresenta uma tentativa de mostrar que a política conduzida por ele conseguiu abrir o caminho para a reversão da grave situação da segurança. A realidade do setor não mudará no curtíssimo prazo e algumas medidas, como o concurso, só se efetivam ao longo prazo. É fato que a estruturação tecnológica e ampliação das condições de atuação das forças melhorou, mas ainda não é a ideal. Em síntese, com a liderança de José Eliton, foi apontado um caminho.
No curto período como secretário de segurança, José Eliton conquistou a confiança de policiais civis e militares. No episódio da condução coercitiva do Tenente Coronel Ricardo Rocha, comandante do policiamento da capital, o vice governador foi veemente na contestação do modo como a Polícia Federal agiu. Alí, a corporação viu que tinha um líder ao lado da PMGO e não apenas um ocupante momentâneo do cargo de secretário de segurança pública.
José Eliton demonstrou capacidade política na liderança da formação de um bloco de estados para atuação conjunta na área de segurança. No contato com o governo federal, também foi objetivo na apresentação de propostas para o segmento ao Ministério da Justiça, incluindo a necessidade de criação do Fundo Nacional de Segurança Pública já defendido por Marconi Perillo em diversas oportunidades.
No entanto, a secretaria de segurança pública não dá condições para que Eliton pudesse consolidar a liderança política antes de assumir o governo de Goiás, em abril de 2018, quando Perillo deve se desincompatibilizar para disputar um cargo federal. O maior foco de problemas da segurança é a região metropolitana, mas quem elege é o interior. Basta obsevar como foram as eleições de Marconi, desde 1998: Vitória no interior, derrota na capital.
Como condutor da agenda política, e da política de investimentos do governo de Goiás, ao lado de Marconi, Eliton terá oportunidade de atuar diretamente com os prefeitos do interior, principalmente dos aliados ao atual chefe do Executivo, claro. Além de ser candidato da cúpula, o vice tem que consolidar-se como candidato dos prefeitos e dos municípios. Assim, é necessário uma conexão direta com os prefeitos. Na prática, Perillo começou o processo de transição.
No caminho, Eliton tem a última chance, antes de ser governador para ser reconhecido como liderança política. Um dos passos é conquistar alianças numa base que tende para a desagregação, principalmente pelos exemplos dados nas eleições municipais pelo PSD e PTB, na eleição para prefeito de Goiânia.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .