Um ano se passou e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ainda é mais uma questão de opinião do que constatação – se foi bom ou se foi ruim, deponde de quem diz.
O País continua com a economia empacada e com sua política afundada no caos.
Não há luz no horizonte. Há incerteza de sobra.
A Lava Jato é o fato propulsor do País.
E também aí não há consenso: isso é para o nosso bem ou para o nosso mal?
Um sintoma dos novos dias: em papos de bar ou no meio da família é comum ouvir opiniões exaltadas e posicionamentos firmes de início de conversa, com posterior silêncio (concordando ou esgotando argumentos) ou saída estratégica pelo radicalismo: eu penso assim e ponto.
Porque basta um confronto com a realidade para qualquer torcedor sair abalado em suas convicções – ou irritado pela fluidez nas bases das provas irrefutáveis.
Basta ponderar prós e contras, revelar senões soterrados na divulgação seletiva dos fatos em cadeia nacional, para que a dúvida floresça onde as certezas desmoronam.
O que vai no Jornal Nacional está na cara. Precisa dizer mais?
Neste momento, há um início de busca de entendimento. Ou isso, ou apenas arrefecimento de ânimos.
(Digo busca porque é a minha torcida. Meu ato de fé.)
Daí que ninguém sabe direito sobre o que está dizendo quando fala do futuro do País, mas começa a aceitar isso.
Um ano depois do impeachment está claro que o impeachment não acabou com o Brasil e muito menos o salvou.
Um ano depois, a única coisa que baixou um pouco foi isso: a bandeira na arquibancada.
Baixou para o nível da desconfiança generalizada, embora a pulsão de ânimos exaltados e de interesses de grupos pagos para agitar permaneça em alerta.
O que não mudou: enquanto promotores, juizes, políticos, empresários jogam o jogo deles, quem perde somos nós.
Um ano depois, os patos são os mesmos.