28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 07/10/2012 às 03:16

A oposição que assusta é a que ainda não existe

 

O grupo liderado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) tem medo não é da oposição para a qual aponta o dedo, porque essa, de tão desarticulada, na prática não existe.

 

A oposição que mete medo é outra, a que ainda não tem forma nem rosto, e que começa a ganhar vida nesta eleição de 2012.

 

É o fantasma do desconhecido, do que está por vir, do novo em especial, que assombra governistas e marconistas.

 

Com o desgaste que sofreu, o governador Marconi Perillo vai administrar o legado negativo, para tentar melhorar um pouco o que perdeu.

 

Nesse rumo, trata, por exemplo, de tentar difundir que não será candidato à reeleição, e sim a deputado federal. Jogo perigoso, porque está assanhando sua própria base.

 

O que tem de governista assanhado com a possibilidade de ser candidato a governador em 2014, não está no gibi. Estão estimulados pelo que vêem no cenário político e pelo que ouvem do tucano.

 

Marconi faz seu jogo porque também não tem muitas alternativas. Vai levando.

 

Pois aí é que está. A oposição que vem aí nasce na trincheira contrária, mas também no nas barbas do governador.

 

Pode ser Júnior Friboi (PSB)? Pode. Basta reparar que nos últimos dias Marconi o atacou duramente em comícios no interior.

 

Pode ser Iris? Pode. É o contraponto natural na lembrança popular.

 

Pode ser Vanderlan Cardoso (sem partido)? Sim, é um nome que tenta se viabilizar.

 

Pode ser o deputado federal Rubens Otoni (PT)? Claro, porque bem preparado.

 

Ou, no PT, seria prefeito Antônio Gomide, dono de capital eleitoral respeitável em Anápolis?

 

Mas podem ser também os deputados federais Armando Vergílio, Thiago Peixoto ou Vilmar Rocha, do PSD; o vice José Eliton, do DEM; Leonardo Vilela, do PSDB…

 

Pode ser ainda Ronaldo Caiado, do DEM, não necessariamente pela situação.

 

Tudo pode naquele que fortalece: neste caso, o desgaste do governador Marconi Perillo.

 

A reorganização das forças políticas em Goiás está a caminho, e é isto que vai definir o futuro do jogo político no Estado.

 

Personagens novos vão ocupar posições estratégicas. O prefeito Paulo Garcia talvez não entre na lista dos governadoriáveis (talvez…), mas é certo que estará na mesa das definições.

 

Também terão voz prefeitos que vão sair fortalecidos das urnas. É isso que vai ditar o andamento dos fatos políticos.

 

O mais impressionante é observar que a hora da virada no Estado está amadurecida. Porque ainda que no meio governista ocorram movimentações que podem resultar em enfrentamento indireto ou direto ao governador, os nomes mais notados e as condições mais favoráveis estão do lado contrário.

 

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).