Quando Maradona pendurou as chuteiras em 1997, eu tinha meus oito anos de idade e lembro que os debates das mesas redondas do domingo já era: quem é o maior de todos os tempos? Maradona ou Pelé? É uma conversa que agora entrará na aura mítica e fantástica do esporte. Com a morte do Pibe de Oro nesta terça-feira (25/11) a fantasia em torno deste debate se exponencia. A verdade é que quem viu Maradona jogar e conheceu sua carreira de perto o define: gênio. O protagonista do segundo título mundial da Argentina, em 1986. Último dos hermanos.
Por sinal, Maradona cunhou em 1986, uma das frases mais célebres de sua carreira. A mão de Deus foi eternizada após uma partida contra a Inglaterra. O camisa 10 argentino armou praticamente toda uma jogada para subir aos céus e usar a mão para marcar o primeiro gol do jogo que valia pelas quartas-de-final. Em entrevista no final da partida, não escondeu sua irreverência e criatividade: “O primeiro jogo contra a Inglaterra? Foi a mão de Deus”.
Maradona se tornou uma figura controversa no futebol. Dentro e fora das quatro linhas. O blog recomenda três obras de Maradona para maratonar. Obrigatório para os amantes das boas histórias e também daqueles que gostam de esportes.
Já falamos aqui neste blog, sobre Maradona no México, disponível na Netflix. A série-documental mostra, em 10 episódios, como Diego superou as desconfianças numa cidade famosa pelo Cartel de Sinaloa, onde o poderoso traficante Joaquin ‘El Chapo’ Gomez teve suas origens e seria complicado não relacionar Maradona ao que seria uma mácula em sua carreira – a cocaína. “As drogas. Sempre penso que jogador eu teria sido se eu não tivesse usado drogas”, reconhece o próprio ao falar sobre o que ele poderia revisionar na sua história.
Mas a trajetória ao longo de quase um ano, mostrou como Maradona tirou o time das últimas posições da segunda divisão e quase colocou o Dorados de Sinaloa na primeira divisão mexicana.
Se na Netflix, o recorte histórico é recente, a HBO foi mostrar os anos conturbados que El Pibe passou no Napoli. Em Diego Maradona o diretor Asif Kapadia. “”Quando cheguei a Nápoles, fui recebido por 85 mil pessoas. Quando fui embora, estava só”. Maradona foi pego no antidoping em um jogo contra o Bari por ter usado cocaína. O documentário também mostra sua controversa relação com a máfia de Napoles. “Quando você começa a depender da Camorra, se torna sua propriedade”, pontua. Diego Maradona, da HBO é uma boa opção para quem quer uma história curta já que o documentário tem duas horas de duração.
Já o documentário Maradona – A vida de um gênio do futebol não está disponível em nenhuma plataforma streaming. Produzido pela Revista Placar e com a triste coincidência em ter sido narrado por Fernando Vannucci, que faleceu ontem (24/11). A obra é um registro bibliográfico de toda a carreira do Pibe como jogador com muitas cenas, lances e claro, gols marcantes do camisa 10 argentino.