Eles olham para as pesquisas eleitorais e de avaliação do governo de Goiás e pensam que a situação está definida na eleição para governador, este ano.
Eles se empolgam com os números da reprovação ao governo de Marconi Perillo (PSDB), segundo as pesquisas feitas em Rio Verde e Aparecida de Goiânia, e afirmam que o governador não vai dar conta de reverter a situação.
Eles vêem Iris Rezende à frente, nestas mesmas pesquisas, e se iludem com a irrealidade de uma campanha eleitoral que precisa de muito mais do que números nos relatórios.
Os números que ganham, são outros.
Na eleição de 2010, no segundo turno, faltaram R$ 5 milhões para conduzir a campanha para Iris Rezende. Fracasso. Derrota.
Enquanto isso, Marconi Perillo deslanchou ao reunir os apoiadores no Clube Jaó e chamar a participação de todos os líderes que marcavam presença. O apelou funcionou. Vitória.
Naquela eleição, 15 dias antes do primeiro turno, Iris Rezende chegava para uma entrevista comigo, na Rádio 730, e já demonstrava sinais de esgotamento. No rosto, o candidato evidenciava que a derrota estava próxima. Mesmo assim, ainda conseguiu ir para o segundo turno.
Antes da entrevista, fora do ar, o peemedebista relatava uma história contada várias vezes, depois. Iris reuniu-se com empresários naquela campanha para levantar recursos. A conversa era amistosa, mas o resultado que interessava não aparecia. Os doadores sumiram.
A estrutura da campanha de Iris Rezende humilhava-se com a falta de recursos até para carro de som. Os últimos dias de campanha de Marconi Perillo sufocaram as poucas iniciativas iristas.
E agora?
Em 2014, a história não é diferente. Iludem-se os que pensam que uma campanha eleitoral é feita apenas com nomes.
Eleição é ganha com dinheiro. Nomes, também.
Eleição sem estrutura, não é campanha.
Iludem-se os que pensam que seus opositores não terão recursos e estrutura.
Eleição não é ilusão. É estrutura, com estratégia.
Veja os dados abaixo que provam, friamente, como o vitorioso é o candicato que consegue angariar mais recursos.
ELEIÇÃO DE 2002
|
Nome |
Partido |
Votos |
Receitas |
Receitas |
Custo do |
Resultado |
|---|---|---|---|---|---|---|
|
Marconi Ferreira Perillo Junior |
PSDB |
1.301.554 |
R$ 9.155.274,48 |
R$ 62.715,00 |
R$ 7,08 |
Eleito |
|
Marina Pignataro Sant’anna |
PT |
385.524 |
R$ 1.728.649,91 |
R$ 200,00 |
R$ 4,48 |
Não eleito |
|
Luiz Alberto Maguito Vilela |
PMDB |
833.554 |
R$ 815.370,02 |
R$ 0,00 |
R$ 0,98 |
Não eleito |
|
Geraldo Lemos Scarulles |
PTB |
7.461 |
R$ 23.200,00 |
R$ 0,00 |
R$ 3,11 |
Não eleito |
|
Alba Celia Silva Moura Evangelista Cruz |
PGT |
10.672 |
R$ 3.980,00 |
R$ 21,60 |
R$ 0,37 |
Não eleito |
ELEIÇÃO DE 2006
|
Nome |
Partido |
Votos |
Receitas |
Receitas |
Custo do |
Resultado |
|---|---|---|---|---|---|---|
|
Alcides Rodrigues Filho |
PP |
2.823.742 |
R$ 15.734.459,10 |
R$ 213.589,16 |
R$ 5,65 |
Eleito |
|
Luiz Alberto Maguito Vilela |
PMDB |
2.254.245 |
R$ 6.277.136,17 |
R$ 663.728,30 |
R$ 3,08 |
Não eleito |
|
Demóstenes Lazaro Xavier Torres |
PFL |
95.701 |
R$ 2.059.460,17 |
R$ 604.012,00 |
R$ 27,83 |
Não eleito |
ELEIÇÃO 2010
|
Nome |
Partido |
Votos |
Receitas |
Receitas |
Custo do |
Resultado |
|---|---|---|---|---|---|---|
|
Marconi Ferreira Perillo Júnior |
PSDB |
2.951.359 |
R$ 29.731.073,66 |
R$ 20.250.993,16 |
R$ 16,94 |
Eleito |
|
Iris Rezende Machado |
PMDB |
2.475.740 |
R$ 10.582.758,34 |
R$ 176.956,08 |
R$ 4,35 |
Não eleito |
|
Vanderlan Vieira Cardoso |
PR |
502.462 |
R$ 3.555.637,94 |
R$ 22,35 |
R$ 7,08 |
Não eleito |
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .

