O prefeito Paulo Garcia (PT) é hoje a maior dúvida em Goiás. Uma boa dúvida política – para ele, claro. E para o Estado, tão carente de lideranças.
Dúvida do tipo que cria expectativa.
Prefeito da Capital do Estado, ele automaticamente está credenciado a sonhar alto, se é que já não sonhava. Com o governo de Goiás.
A diferença é que agora trata-se um sonho que, no imaginário popular, está absolutamente ao alcance da realidade. Mais ainda porque foi uma boa vitória, no primeiro turno.
É esse o seu projeto?
O desafio imediato é fazer uma administração elogiável. Já está fazendo um bom trabalho, senão nem teria sido reeleito. Mas agora é a sua administração. É a sua marca. A sua cara.
O que vai começar será o mandato da (re)eleição, não mais da herança irista. Então, a cobrança, e a atenção, será maior.
Paulo Garcia é um político que tem buscado manter os pés no chão. Isso foi importantíssimo para enquadrar petistas e peemedebistas na campanha, depois de um estranhamento inicial.
Foi decisivo para segurar a campanha no eixo.
A sucessão de 2014, de um jeito ou de outro, direta ou indiretamente, passa por Paulo Garcia. Ele ter a medida disso é o primeiro passo para saber como quer sentar-se à mesa: para ser protagonista ou para ser coadjuvante de peso.
O obstáculo do curto prazo para uma definição – pouco mais de um ano – é grande, mas não é intransponível.
Paulo Garcia é a bola da vez. Aliás, está com a bola toda.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).