04 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 05/10/2014 às 18:48

A fórmula da eleição

O tempo passa e a fórmula da vitória numa eleição para governador de Goiás continua a mesma, mas com alguns ingredientes que temperam o conjunto do processo. Se é a mesma, há candidatos que teimam em remar contra o processo ou, ao que parece, teimam em numa contramão que leva à derrota eleitoral. Há que se questionar se o eleitor continua o mesmo diante do jeito de ganhar uma eleição.

A vitória anda com quem consegue acumular apoios ao longo da negociação para formar a chapa. Experientes articuladores políticos, entre eles o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, já disseram que é fator crucial de uma vitória eleitoral construir alianças. Ele perdeu eleições sozinho e ganhou eleições com alianças amplas.

Uma eleição não é ganha numa véspera. E nisso, tomamos como referencial um prazo de no mínimo um ano como ideal para a construção da vitória. Candidaturas para campanhas de 3 meses não carregam o DNA da vitória. Podem, no máximo, conquistar uma vitória política numa derrota eleitoral.

A fórmula da campanha vitoriosa tem o ingrediente da estrutura. A palavra reúne recursos financeiros, materiais e de pessoal, para conduzir a lógica do fortalecimento pela ocupação de espaços e de territórios. E, é claro, todos estes elementos centrados numa orientação correta para a conquista da mente do eleitor.
Campanhas podem ser vitoriosas com planos e governo bem elaborados? É claro, mas isoladamente, este elemento dissolve-se.

De que adianta o candidato ter um bem organizado documento para apresentar ao eleitor se não tem apoiadores e partidos para sustentar as ideias e disseminá-las por todo o Estado. Um bom plano sem uma base estrutura de pouco vale. Mas, convenhamos, é melhor tê-lo do que nada.

Por fim, eleição tem um ingrediente essencial na fórmula: inteligência. Mais ideias do que apoio emocional. É a reunião de dados e informações organizadas para um planejamento com base na realidade e na objetividade. É entender o que o eleitor quer e pensa. Devem ser considerados muito mais elementos racionais e menos elementos divinos que baixam dos céus. A fé deve ficar no lugar em que ela funciona e alimenta bem o indivíduo.

A fórmula da eleição está totalmente definida aqui? Não, nem teria tanta ousadia para fechar tanto o tema. Na verdade, a ideia do caminho da eleição serve para uma reflexão sobre o processo eleitoral, as ações e seus agentes. Qual o ingrediente secreto da fórmula? O personagem Ping, pai de Po no filme Kung Fu Panda, conta: “Não existe ingrediente secreto”.

 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .