29 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 07/09/2014 às 15:22

A difícil propaganda eleitoral no rádio

Nós, que amamos e atuamos no rádio, acompanhamos com especial atenção o quê as estruturas de produção da propaganda eleitoral fazem neste período de campanha. Lamentavelmente, o que tem sido feito na campanha para governador de Goiás, vai de mal a pior, com raras excessões. Mais uma vez, a conclusão objetiva é que o veículo rádio não é prestigiado pelos marketeiros e seus inteligentes criadores. E, de fato, é muito difícil criar e produzir com qualidade para este veículo.

O rádio é veículo que tem como característica fundamental a criação de imagens pelo uso do som, ensina Robert Mcleish. Sim, um veículo que não tem imagem, mas que cria imagens, milhões. Observe como ouvinte imagina como é o perfil físico do locutor pelo tipo de voz que ele tem. A voz, no rádio, é o canal direto de comunicação.

Na campanha eleitoral do rádio, errou quem começou com a propaganda com humor “para baixo”. Bom humor é essencial neste veículo. Não aquela expressão exagerada, mas o tom de voz e a interpretação que mostra que o locutor quer comunicar com o ouvinte.

Os primeiros 15 dias da campanha no rádio, em Goiás, mostraram situações bem divergentes, no que tange ao uso deste veículo na campanha. A interpretação do candidato ao senador, Ronaldo Caiado (DEM), chamou a atenção pelo tom bem humorado. Ele esteve bem diferente do estilo Caiado duro que aparece em entrevistas radiofônicas. 

Ao contrário, Iris Rezende foi colocado fora de sua principal característica que identifica este líder político com seus eleitores: a fala de improviso. Soa um pouco estranho quando o candidato lê textos preparados. Não é o estilo dele e o eleitor percebe quando isso acontece.

Neste ítem,  programa de Marconi Perillo deu um passo à frente ao deixar o candidato falar sem texto pronto e, mesmo que tivesse, passou imperceptível. O peessedebista é outro que fala melhor quando fala de improviso no rádio. O bom humor do programa do PSDB tem um nível de quem realmente sabe fazer rádio, apesar de inovar pouco no formato.

O programa de Vanderlan Cardoso faz o que pode por causa do tempo. Vai direto ao assunto e apresenta o candidato. O formato é limitado e dá pouca margem para sair do esquema: locutor abre; música; fala candidato; fecha com jingle.

É curioso que os programas da campanha eleitoral no rádio, em Goiás, explorem pouco a interação com internet e redes sociais. Ressalte-se a campanha de rádio de Antônio Gomide que estimula participação do eleitor via Whatsapp.

Nota geral para todos os programas de rádio de candidatos a governador e senador por Goiás na campanha 2014: 5,0. Só. 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .