A coligação “Para Aparecida Seguir Avançando”, de Leandro Vilela (MDB), moveu uma ação de investigação judicial com o pedido de cassação do registro de seu adversário político no atual pleito, Professor Alcides (PL), por abuso de poder econômico e político.
A investigação inclui, além do candidato, o atual prefeito da cidade, Vilmar Mariano (UB), a primeira-dama Sulnara Gomes, o vice de Alcides, Max Menezes, o candidato a vereador e ex-assessor especial do prefeito, Olair Silva Gomes, e a coligação “A Hora é Essa Aparecida”.
Os investigados são acusados, conforme a ação, de usar a máquina pública para coagir servidores a apoiar suas campanhas eleitorais, com ameaças de exoneração. O documento inclui petições iniciais, procurações, diários oficiais e áudios que, supostamente, comprovam as alegações de coação e abuso de poder.
Denúncia
A denúncia alega que houve abuso de poder econômico e político, violando os princípios de igualdade de oportunidades entre candidatos e a moralidade administrativa, com o uso da estrutura da prefeitura para coagir servidores a apoiarem determinados candidatos. O uso de cargos comissionados também foi colocado em evidência, onde os investigados teriam pressionado os servidores a declarar apoio às candidaturas apoiadas pelo prefeito, sob ameaça de exoneração, o que caracteriza abuso de autoridade.
Além de gravações em que a primeira-dama exige apoio político e ordena a exoneração de servidores não alinhados, há testemunhos dos profissionais demitidos da administração municipal. “Eu preciso que você converse com as pessoas que estão com você, se são Professor, ou se são Leandro! Porque todo cargo – de chefe para cima – que não estiver com o Professor, eu vou ter que exonerar”, frisa um trecho de gravação de Sulnara.
“O que eu não posso, é ficar com as pessoas aqui em cima do muro…”, continua. O documento frisa, ainda, que a primeira-dama constrange comissionados com a afirmativa: “A máquina tem que andar conosco. Quem não andar, a gente vai pedir para entregar o cargo. Eu preciso saber com quem você vai andar!”.
Dentre outros diálogos de ameaça, estão: “Agora, a época que o Vilmar precisa dos cargos que ele tem na Prefeitura, o povo tá dando as costas para ele? O Vilmar é bonzinho, eu não sou. … lá na secretaria onde eu faço gestão, eu não deixo ninguém: todos os cargos, inclusive os que são meus, eu não aceito votar em outro candidato que não seja o Olair. E se não quiser nos acompanhar, tem muita gente querendo entrar para acompanhar a gente”.
Defesa
Procurada pela reportagem do Diário de Goiás, a assessoria do Professor Alcides afirmou que “a ação da coligação do candidato do MDB utilizou supostos áudios da primeira-dama através de escutas duvidosas quanto a licitude e a forma de obtenção”. Além disso, questionou o envolvimento do nome do candidato na ação, com a suposição de manobras políticas com o intuito de tirá-lo da disputa.
“O que faz Professor Alcides nessa ação? Também não sabemos, mas é natural que o líder em todas as pesquisas seja alvo de tentativas, mesmo que sem embasamento jurídico, de pedidos de intervenção judicial no resultado político que se desenha para este pleito”, ponderou.
A assessoria da Prefeitura, por sua vez, alegou que administração municipal não irá se manifestar sobre o assunto.
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