O COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou na manhã desta terça-feira (31) a revogação provisória da suspensão imposta ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) há menos de um mês.
A entidade agora presidida por Paulo Wanderley, porém, segue sem direito a receber os recursos repassados anualmente a título de patrocínio, ampliando o prejuízo causado pela prisão de Carlos Arthur Nuzman.
De acordo com o próprio COI, ainda não há uma previsão de quando a suspensão será totalmente retirada.
A punição foi anunciada em 6 de outubro, após Nuzman ser detido Polícia Federal na segunda fase da Operação Unfair Play.
À época, o COI não anunciou publicamente o que cobrava do COB para que a suspensão viesse a ser revista, mas, internamente, deixou claro que não aceitaria mais que o comitê brasileiro fosse presidido por um dirigente que estava atrás das grades e que é acusado de corrupção -agora, inclusive, réu por corrupção passiva, associação criminosa, lavagem de dinheiro e ocultação de divisas.
No mesmo dia, porém, Nuzman assinou uma carta, diretamente da prisão, pedindo afastamento do cargo. Paulo Wanderley, então vice-presidente, assumiu o cargo.
No último dia 11, durante uma assembleia extraordinária que poderia abrir um processo disciplinar contra Nuzman, o dirigente enviou, via advogado, uma carta de renúncia ao cargo.
O COI acompanhou tudo de longe e demonstrou nesta terça-feira que está satisfeito com as primeiras medidas.
Pela manhã, o Comitê Executivo se reuniu em conversa telefônica e decidiu cancelar provisoriamente a suspensão ao COB, que volta a ser reconhecido como um NOC (comitê olímpico nacional, na sigla em inglês). Com isso, o COB poderá participar das reuniões da associação dos comitês e da associação dos comitês das Américas, que acontecerão essa semana em Praga, na República Tcheca.
O COI deixou claro, porém, que todas as outras medidas tomadas em 6 de outubro continuam em vigor.
A principal delas é que o COB continua sem poder receber a sua parcela de um mecanismo que transfere, para os comitês olímpicos nacionais, parcela do que os patrocinadores olímpicos pagam ao COI. Esse valor seria de R$ 10 milhões ao ano para o COB, a ser pago em dezembro.
No comunicado, o COI disse que o COB tem cooperado e tomou uma série de ações relativas às preocupações da entidade internacional, com destaque para a assembleia extraordinária citada, a renúncia de Nuzman, a eleição de Paulo Wanderley e a revisão dos seus estatutos.
Além disso, o COB iniciou, segundo o COI, uma revisão específica de sua situação interna no período entre 2008 e 2010, durante o qual Nuzman teria se envolvido na compra de votos para que o Rio fosse eleito sede dos Jogos de 2016, em reunião realizada em outubro de 2009. Por enquanto, uma investigação preliminar não encontrou elementos de que as contas do COB tenham sofrido qualquer dano. (Folhapress)
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