Foi realizada nesta terça-feira (26), reunião entre representantes dos clubes de futebol da capital: Goiás, Atlético, Vila e Goiânia para discutir a retomada dos treinos das equipes profissionais. Os clubes ainda seguem sem autorização para reiniciar as atividades com os atletas. No entanto, nova reunião do Comitê de Operações de Emergências em Saúde para o Novo Coronavírus (COE) avaliará proposta do Atlético que deseja o retorno dos treinos.
Em live realizada após a reunião, o governador criticou a retomada das atividades nos clubes e até mesmo nas academias, que tiveram liberação judicial para reabrir. “Você está de máscara está preservando. Agora num treino de futebol em que não se usam máscara, a capacidade projetar gotícula é muito maior”, disse Ronaldo Caiado. O chefe do Executivo ressaltou que é preciso manter o controle da situação. Goiás já tem 2671 casos de coronavírus.
Caiado destacou que o Goiás e o Goiânia, assim como o sindicato dos atletas e dos árbitros preferem aguardar uma posição da Confederação Brasileira de Futebol, sobre quando as competições serão retomadas. A posição é diferente de Vila e Atlético que querem reiniciar os treinos.
O secretário Estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, disse que a pauta amanhã do COE será do ponto de vista individual do atleta. “Não é possível liberação de treino com bola. Mas vamos avaliar os protocolos para ver o que será possível ou não, respeitando a saúde dos envolvidos”, disse.
Já o procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi, considerou precipitado o retorno dos treinos de futebol. E lembrou que o Ministério Público já recorreu ao STF contra decisão que permite a abertura de academias.
Embate
A reunião teve início com um embate entre os presidentes do Goiás e Atlético, Marcelo Almeida e Adson Batista. O esmeraldino tem dúvidas quanto a uma posição legal e a possibilidade de o clube ser responsabilizado por eventuais problemas.
“Mas não vejo segurança legal para os clubes e para os atletas retornarem aos treinos. Os números de infectados continuam aumentando. E sem uma posição legal, que garanta um protocolo rígido, não vejo como voltar. Poderíamos ser responsabilizados pelos problemas que aparecessem. Teríamos repercussões negativas nacionais e internacionais”, disse.
Adson Batista discordou e disse que qualquer problema que ocorrer no Atlético seria assumido por ele. “É responsabilidade minha. Os profissionais precisam voltar, tenho opinião divergente. Marcelo fala pelo clube dele. Os protocolos que assumimos garantem total tranquilidade pra isso.
O Presidente do Vila Nova, Hugo Jorge, disse que o clube vai voltar quando tiver mais segurança sobre o assunto, mas que defende a discussão da volta aos treinos, de forma gradual. E que cada clube retorne de acordo com sua realidade.
O presidente do Goiânia, Alexandre Godói, disse não ver justificativa de pedir a volta dos treinos se os patrocinadores não virão. “É preciso cautela. Qualquer medida precipitada de volta pode ser complicada e prejudicial. Primeiro é a CBF que tem de se posicionar”, disse.
O presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), André Pitta, destacou que se os clubes conseguirem retomar os treinos, pode ser um começo pra se pensar na retomada gradual do futebol. Mas isso só pode ser feito em comum acordo, pensando em todos”, disse.
O presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais, Marçal Filho, se posicionou contra a retomada dos treinos e disse que, de fato, “o atleta tem saúde diferenciada, mas ele pode ser assintomático e transmitir para os seus parentes”.
Ainda participaram da videoconferência o presidente do Sindicato dos Árbitros, Luciano Joka; o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira; os deputados Vinícius Cerqueira e Henrique Arantes; o secretário Estadual de Esportes, Rafael Rahif; o secretário de Desenvolvimento e Inovação, Adriano Rocha Lima; a superintendente de Vigilância Sanitária, Fúlvia Amorim.
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