19 de novembro de 2024
Economia

Clima de cautela faz Bolsa recuar 0,67% e dólar avançar para R$ 3,12

A semana começou em ritmo de cautela nos mercados mundiais, com os investidores atentos aos dados econômicos que serão divulgados ao longo da semana. Desta forma, o Ibovespa acompanhou o movimento na Bolsa de Nova York e caiu 0,67%, aos 66.341,37 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8 bilhões.

O índice foi pressionado principalmente pelos papéis da Vale, que perderam 3,09% (PNA) e 2,26% (ON), seguindo o recuo do minério de ferro na China.

As ações da Petrobras fecharam em queda de 1,43% (PN) e 0,43% (ON). No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caiu 0,39%; Bradesco PN, -0,97%; Bradesco ON, +0,46%; Banco do Brasil ON, +0,80%; e Santander unit, -1,21%.

O mercado também aguarda a reunião de política monetária do BCE (Banco Central Europeu), na quinta-feira (9), que pode sinalizar uma redução no programa de estímulos monetários. Mas o dado mais esperado são os números de emprego nos Estados Unidos, o chamado “payroll”, relativos a fevereiro, que saem na sexta-feira (10).

Se a criação de vagas de trabalho no mercado americano superarem as estimativas, estará sacramentada a elevação dos juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) na próxima semana.

Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor, afirma que a presidente do Fed, Janet Yellen, sinalizou na sexta-feira (3) o aumento dos juros neste mês, mas os condicionou aos dados econômicos que serão divulgados até a reunião dos dias 14 e 15. “Se, ao contrário, o ‘payroll’ vier muito abaixo do esperado, as apostas de aumento dos juros na semana que vem podem diminuir”, diz.

Câmbio

O dólar, que operou sem direção definida no exterior, fechou em alta ante o real. A moeda americana avançou 0,41% na cotação comercial, a R$ 3,1280. O dólar à vista, que encerra a sessão mais cedo, ajustou-se ao discurso de Yellen na sexta-feira e caiu 0,35%, a R$ 3,1258.

Outro motivo de tensão mundial foi que a Coreia do Norte lançou nesta segunda-feira (6) quatro mísseis balísticos no mar do Japão. Esta é a segunda ação do tipo em menos de um mês, apesar da resolução da ONU que impede o país comunista de realizá-las.

No campo doméstico, os investidores aguardam a divulgação da segunda lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Nos próximos dias, Janot deverá pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) inquéritos contra ministros e aliados do presidente Michel Temer citados em delação premiada de executivos da Odebrecht na Lava Jato.

No mercado de câmbio pairam dúvidas se o Banco Central vai rolar ou não os contratos de swap que vencem no início de abril, no total de cerca de US$ 9,7 bilhões. A operação equivale à venda futura de dólares. Se a autoridade monetária optar por não rolar os contratos, o dólar deve subir, já que esse montante será retirado do mercado.

Apesar do cenário de cautela, os juros futuros negociados na BM&FBovespa recuaram, refletindo a pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (6). O Top-5, que reúne as instituições que mais acertam as projeções, reduziu a expectativa para a taxa básica de juros (Selic) em 2017 a 9%, contra 9,50% anteriormente. Para 2018, a projeção caiu ainda mais, a 8,75%, ante 9,25% na pesquisa anterior.

Juros

No mercado de juros futuros, investidores buscam proteção contra flutuações dos juros negociando contratos para diferentes vencimentos.

Ainda no cenário doméstico, o mercado vai monitorar os dados do PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre, que saem nesta terça-feira (7) e o IPCA, o indicador oficial de inflação, que será divulgado na sexta-feira (10). (Folhapress)


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