10 de agosto de 2024
Economia

Clientes Nubank têm rentabilidade negativa após rombo da Americanas e preocupa investidores; entenda

Quem investia nos fundos de renda fixa do banco digital viu seus ativos caírem, o que é normal em casos como este
No último dia 11 de janeiro, a própria Americanas informou sobre rombo de R$ 20 bilhões no caixa da empresa. (Foto: reprodução)
No último dia 11 de janeiro, a própria Americanas informou sobre rombo de R$ 20 bilhões no caixa da empresa. (Foto: reprodução)

O rombo anunciado pelas Americanas na última semana continua rendendo polêmica no mercado financeiro, desta vez envolvendo o Nubank. Isso por que o prejuízo informado pela varejista também impactou os fundos de renda fixa do banco digital, já que a startup incentivava investimentos em títulos corporativos como reserva de emergência (Nu Reserva Imediata) e, parte desse dinheiro estava investido em debêntures (títulos de dívida) da Americanas.

Apesar disso, é de se imaginar que situação é algo que costuma ocorrer, já que o mercado é instável. O próprio Nubank respondeu uma pessoa que criticou queda dos investimentos no Twitter dizendo que “Fundos de investimento reinvestem os valores aplicados em outras categorias de investimentos”.

“Nos fundos Nu Reserva Imediata e Nu Reserva Planejada, os ativos de renda fixa podem variar de valor conforme a marcação dos preços, que varia conforme notícias e eventos de mercado”, ainda escreveu o banco digital.

As respostas da startup tem sido constante, de toda forma, por que se trata de uma crise e o assunto continua como um dos mais discutidos na internet, mesmo após quase uma semana. O banco reforçou, ainda, em nota divulgada à imprensa, que a sugestão padrão do aplicativo para os clientes que criaram uma Caixinha como “Reserva de Emergência” é o investimento em RDBs (Recibos de Depósitos Bancários) do Nubank, também com alta liquidez e grau de investimento.

Segundo os últimos dados apresentados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a carteira do “Nu Reserva Imediata” tinha cerca de 1% de seu patrimônio alocada em duas debêntures da Americanas. Assim, a carteira, que antes entregava ganhos equivalentes a 109% do CDI (certificado de depósito interbancário, principal referência de rentabilidade para investimentos em renda fixa), apresentava um retorno médio de 37% do CDI nos últimos 30 dias, segundo informações do aplicativo do banco neste domingo (15).

Vale lembrar que o rombo da Americanas foi de R$ 20 bilhões no caixa, o que chamara de descoberta de “inconsistências em lançamentos contábeis”. O movimento acompanha a desvalorização dos ativos da verejista e rendeu, até mesmo, a renúncia do presidente, Sergio Rial, e do diretor de relações com investidores, André Covre que estavam a apenas 10 dias no cargo.

A empresa desistiu, até mesmo, do patrocínio milionário ao programa Big Brother Brasil, edição 23, mas afirmou que nada muda para os clientes e que as lojas irão continuar funcionando normalmente por enquanto.

Informações ainda dão conta de que a Americanas deve precisar de até R$ 21 bilhões em capital para atender seus credores, segundo cálculos feitos pela XP Investimentos. Valor é quase o dobro do que valia a empresa na última semana e a expectativa de conseguir o dinheiro não é positiva.


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