05 de dezembro de 2025
Eleições 2026 • atualizado em 04/10/2025 às 10:09

Ciro Gomes faz mistério e deixa em aberto possível candidatura em 2026 durante palestra em Goiânia

Apesar de negar que esteja, neste momento, articulando formalmente uma nova candidatura, Ciro não fechou as portas
Ciro Gomes durante palestra no CONAD, em Goiânia, onde fez duras críticas à polarização política e deixou em aberto possível candidatura à Presidência em 2026. Foto: Diário de Goiás.
Ciro Gomes durante palestra no CONAD, em Goiânia, onde fez duras críticas à polarização política e deixou em aberto possível candidatura à Presidência em 2026. Foto: Diário de Goiás.

Na noite desta sexta-feira (3), o ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), participou do Congresso Nacional de Administração (CONAD), realizado no Sesc Cidadania, em Goiânia. Fiel ao seu estilo direto e polêmico, Ciro fez uma análise dura do cenário político e econômico brasileiro, abordou os desafios da oposição e não descartou a possibilidade de disputar novamente a Presidência em 2026.

“Eu uso a palavra pretendo, não mais e tal. Porque amanhã, eventualmente, se for minha obrigação, meu dever, eu não posso recusar”, disse em resposta ao Diário de Goiás, em tom de mistério, quando questionado sobre uma nova candidatura. Em seguida, acrescentou: “Na eleição passada foi extremamente constrangedor para mim ver o país se dividir entre Lula e Bolsonaro, dois corruptos despreparados. Foi dolorido demais”.

Apesar de negar que esteja, neste momento, articulando formalmente uma nova candidatura, Ciro não fechou as portas. “Meu destino sempre me levou a disputas. Quem sabe eu não possa fazer isso de novo?”, afirmou, deixando no ar a possibilidade de voltar à disputa em 2026.

Críticas à polarização e ao governo

Logo no início de sua palestra, Ciro voltou a atacar a atual lógica política brasileira. “O Brasil está mergulhado numa falsíssima polarização, assentada em sentimentos epidêmicos, superficiais, ódios e paixões”, afirmou. Para ele, o debate eleitoral não tem cumprido o papel de apresentar soluções concretas.

Ele também rebateu os discursos oficiais sobre emprego e renda: “O Brasil tem hoje 94 milhões de pessoas inscritas em políticas assistencialistas. E o que se chama de emprego no Brasil agora é uma falácia. São 38% na informalidade, 6% de desemprego aberto e 3% de desalento. A maioria da população está descoberta de qualquer previdência futura”.

Outro alvo foi o endividamento público: “O custo dos juros da dívida brasileira passou de R$ 1,1 trilhão nos últimos 12 meses. Isso é quase 9% do PIB e vai quebrar o país”.

Críticas ao Congresso e à governabilidade

Ciro também não poupou críticas à relação entre Executivo e Legislativo. “Todos atacávamos o Bolsonaro porque ele usava R$ 42 bilhões em emendas parlamentares. Pois bem, o Lula já liberou R$ 63 bilhões. Antes chamávamos de corrupção, agora chamam de governabilidade”, ironizou.

Segundo ele, o sistema político “destruiu completamente os laços com a opinião pública” e fortaleceu a lógica fisiológica.

Insatisfação com o PDT e possível mudança partidária

Ciro também revelou insatisfação com sua atual sigla. “Estou muito infeliz no PDT. A burocracia do partido me tirou o comando no Ceará. Hoje, se eu quiser ser candidato lá, não tenho partido. O PDT foi vendido ao PT”, acusou.

Sobre convites de outras legendas, admitiu conversas com lideranças tucanas: “Recebi um convite honroso do PSDB, partido que ajudei a fundar. O que me atrai ali é o reencontro com Tasso Jereissati. Mas, como não tenho pretensão eleitoral definida, ainda não decidi”.


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