15 de agosto de 2024
Eleições 2022

Ciro Gomes diz que vai abrir mão de reeleição para criar um novo modelo de governança no Brasil

De acordo com o pedetista, o atual modelo não vem dando certo desde que foi implementado, em 1989 com a redemocratização do Brasil
Ciro Gomes na sabatina do Jornal Nacional (Foto: Reprodução/Globoplay)
Ciro Gomes na sabatina do Jornal Nacional (Foto: Reprodução/Globoplay)

Candidato do PDT à presidência da República, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes foi sabatinado pelo Jornal Nacional desta terça-feira (23/08) e prometeu que caso seja eleito nas eleições que se avizinham, vai abrir mão da reeleição em 2026 para que possa criar um novo modelo de gestão de governança no Brasil. 

De acordo com o pedetista, o atual modelo não vem dando certo desde que foi implementado, em 1989 com a redemocratização do Brasil. “Eu proponho mudar o modelo econômico que é uma tarefa profundamente complexa e difícil, e eu pretendo mudar também o modelo de governança política pedindo às pessoas para pensarem juntos comigo […] O Collor governou com esse modelo e foi cassado. O FHC e o PSDB nunca mais ganharam uma eleição nacional governando com esse modelo. O Lula foi parar na cadeia governando com esse modelo”, rememorou.

Ruptura no ‘presidencialismo de coalizão’

Questionado sobre  qual a ‘gestão de governança’ Ciro Gomes respondeu que tratava-se do presidencialismo de coalizão. “Na expressão elegante do Fernando Henrique ou nessa adesão vexaminosa e corrupta ao centrão. Este modelo é a certeza de uma crise eterna. Lula para cadeia. Dilma e Collor cassados. Fernando Henrique e o PSDB nunca mais disputaram eleição nacional e o Bolsonaro desmoralizado agora. Veja, qual a minha proposta?”, pontuou.

Ciro ainda disse que pretende fazer de sua eleição uma espécie de “plebiscito programático”. “Eu vou tentar forçar uma mão em todas as ocasiões que eu tiver oportunidade para discutir ideias e com isso eu celebro uma nova cumplicidade com o povo brasileiro. Isso diminui a distância entre o presidente que quer reformar o país como eu quero e o Congresso que tende a ser reativo, naturalmente porque tende a ser piligramo”, destacou.

Nesse sentido, Ciro Gomes diz que fará de tudo para manter boas negociações com o Congresso Nacional e se preciso for, não há o que se falar senão em plebiscito e levar a decisão para que o eleitor decida, como funciona nas democracias diretas. “Negociar… Quem quer que o povo eleja e eu peço para que elejam deputados do PDT, eles começam com o número doze. É tradição do Brasil que junto com o presidente, ele elege com ele, 10% do Congresso. Propor ideias e ampliar negociações com governadores e prefeitos”, pontua.

Por exemplo, Gomes fala em uma repactuação dos Estados e Municípios. Por isso, pretende ampliar o diálogo com os prefeitos e governadores. “Estabelecer um pacto novo libertando a falência dos Estados e Municípios, eu tenho todos os números. São 600 bilhões de reais de dívidas que estão levando 15% da receita dos Estados e Municípios para Brasília. Eu vou reestruturar essa dívida, reforço o caminho do investimento dos Estados e Municípios e os governadores e prefeitos vem para mediação”, destaca. 

Caso não haja consenso com os deputados e parlamentares, o resultado pode ser buscar um plebiscito. “Persistiu o impasse neste ou naquele ponto,  chama o povo para votar diretamente através de plebiscitos”, pontua.

Reeleição destruiu a ‘governança política’

Por fim, em críticas tanto a Lula como a Bolsonaro, Ciro destacou que a reeleição ‘destruiu a governança política’, pois eleito, o presidente coloca o medo frente às pautas necessárias, já que quer ‘agradar todo o mundo para fazer a reeleição’. “O que destruiu a governança política nesse modelo é a reeleição. O presidente se coloca com medo dos conflitos porque quer agradar todo o mundo para fazer a reeleição”, pontua. 

“O presidente se vende a esses grupos picaretas da política brasileira. Esses grupos de pouco escrúpulos republicanos, porque tem medo de CPI e querem se reeleger. Eu tenho outra relação com a questão moral. Eu me garanto, não sou corrupto. Decidi por uma vida republicana”, destacou.

“Eu não tenho medo de CPI, pelo contrário como o meu, CPI vai me ajudar, se eu não roubo não vou deixar ninguém roubar. Quem denunciar corrupção no meu governo vai estar cooperando comigo e eu abrindo mão da reeleição vou cuidar só da reforma que o Brasil precisa”, concluiu.


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