A Alemanha registrou uma brusca queda na entrada de migrantes em busca de asilo em 2016, segundo dados apresentados pelo governo nesta semana. Foram 280 mil pessoas, contra as quase 900 mil do ano anterior.
Um dos motivos para a redução é o acordo travado entre a União Europeia e a Turquia para controlar o fluxo rumo ao bloco econômico. A rota que passava pelos Bálcãs foi fechada também.
O enfraquecimento coincide com a rejeição do público alemão à migração, que tornou-se um dos principais assuntos políticos no país.A política de portas abertas, promovida pela chanceler, Angela Merkel, danificou sua imagem após uma série de ataques terroristas serem relacionados a migrantes, como o atentado a um mercado natalino em Berlim, em dezembro, com 12 mortos.
Haverá eleições neste ano e Merkel irá concorrer a um novo mandato. Mas partidos de oposição, como a sigla de extrema-direita Alternativa para a Alemanha, culpam a chanceler pela crise de segurança. A rejeição é compartilhada por parte da população, segundo pesquisas de opiniões recentes.
Merkel, em reação, tem mudado sua postura. Se antes dizia que não haveria limite à aceitação de novos migrantes, seu governo agora apoia a reformulação das medidas de segurança, incluindo o monitoramento de estrangeiros que sejam considerados uma ameaça.
SAÍDAS
Os dados de 2016 mostram que houve, em paralelo à queda no número de entradas, um aumento na rejeição a migrantes. Cerca de 80 mil pessoas saíram do país voluntariamente ou foram deportados, segundo Thomas de Maizière, ministro do Interior. A taxa é duas vezes maior do que a de 2015.
A maior parte dos refugiados que chegam à Alemanha vêm da Síria e do Afeganistão, fugindo de conflitos civis e da extrema pobreza.
Do total de pedidos de asilo feitos em 2016, 62% foram aceitos pelo governo alemão.
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