Um homem de 23 anos foi morto na Venezuela nesta terça (25) em uma manifestação política contrária ao governo Nicolás Maduro, informaram autoridades do país. Ele é a 26ª vítima fatal desde que os protestos começaram, há cerca de um mês.
De acordo com a agência Reuters, Orlando Medina morreu na hora, após ser atingido por um tiro na cabeça em uma rua da cidade de El Tocuyo, capital do Estado de Lara.
Desde o início das manifestações, 15 pessoas foram mortas durante os atos e outras 11 durante saques que têm ocorrido nas noites e madrugadas, segundo autoridades. Há ainda relatos extra-oficiais de outros óbitos. Os protestos têm ocorrido na Venezuela quase que diariamente.
Novo ato
Os dirigentes da oposição convocaram uma nova manifestação para esta quarta (26). As concentrações deverão acontecer em cidades do interior e também em 26 pontos de concentração na capital.
Desta vez, a intenção é tentar ocupar o município de Libertador, que inclui o centro e a zona oeste de Caracas, local em que os adversários de Maduro são impedidos de avançar com os seus atos pelas forças de segurança.
O território é comandado pelo Jorge Rodríguez, um dos principais integrantes da cúpula do chavismo, e tem vários redutos governistas. Nos últimos dias, no entanto, alguns bairros se rebelaram contra as autoridades.
Um deles foi El Valle, onde 11 pessoas morreram em um saque após um protesto violento na madrugada de sexta (21). No fim de semana, o governo fez ações de entrega de comida e atendimento médico aos moradores.
Crise
A crise política se intensificou no final de março, quando o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), homólogo ao STF (Supremo Tribunal de Federal) brasileiro, decidiu assumir as funções do Parlamento -controlado pela oposição a Maduro-, gerando protestos locais e pedidos internacionais para que o governo respeitasse a democracia.
O TSJ revogou a decisão, mas novos protestos se seguiram à decisão da Controladoria-Geral de cassar por 15 anos os direitos políticos de Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda.
A oposição tem dito que continuará nas ruas até que sejam repostas todas as funções da Assembleia Nacional, que se convoquem eleições gerais, que se abra um canal humanitário que reduza a grave escassez de medicamentos e que se liberem centenas de presos políticos.
Maduro acusa os manifestantes de tentar derrubá-lo com a ajuda do governo dos Estados Unidos. Do outro lado, os líderes da oposição dizem que o governo chavista usa táticas repressivas e leva o país a uma ditadura. (Folhapress)
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