12 de agosto de 2024
Cidades

Chances de sobrevivência de siamesas são poucas, afirma médico

Deputado federal Dr. Zacharias Calil fala sobre a Covid-19. (Foto: Divulgação)
Deputado federal Dr. Zacharias Calil fala sobre a Covid-19. (Foto: Divulgação)

Permanece grave o estado de saúde das gêmeas siamesas Anny Beattriz e Anny Gabrielly, que nasceram unidas pelo tórax e que compartilhavam o fígado. Após cirurgia de urgência no último sábado, elas foram separadas (3). A equipe médica decidiu realizar a operação após o estado de saúde delas piorar. De acordo com o médico Zacharias Calil ainda as chances de sobrevivência das duas são de apenas 1%.

“Vou ser sincero. Não vou ter muito otimismo. Vai depender agora delas, o organismo de cada uma vai ter que trabalhar independente, porque uma suportava a outra antes da cirurgia”, explica.

Anny Beatriz e Anny Gabrielly estão respirando com ajuda de aparelhos. Elas estão recebendo medicação para que seja mantida a pressão arterial. O médico pede inclusive doação de sangue.

Segundo Zacharias Calil, Anny Gabrielly apresenta estado de saúde mais regular. “Talvez ela tenha mais chance, o que pra nós é uma surpresa porque ela é mais complicada, ela tem má formação no coração e só tem um rim”, destaca.

O médico entende que as próximas horas continuam sendo fundamentais para sobrevivência das meninas. Está sendo feito um acompanhamento para saber se os órgãos estão mantendo as funções vitais.

“Estamos fazendo exames de rotina para manter as funções preservadas, principalmente a função renal, uma delas só tem um rim, para evitar hemodiálise, pois em recém-nascido é uma coisa muito complicada” ressalta.

Desde a realização da cirurgia até a manhã desta segunda (5), Anny Beatriz já teve duas paradas cardíacas.

Zacharias Calil explica que alguns pontos são negativos. “Houve manipulação do coração e isso diminuiu a quantidade de sangue que vai para o coração, para os rins para os pulmões”, afirma Calil.

Calil explicou que cirurgia de separação de recém-nascido é algo muito complicado, pois o organismo é muito pequeno, sensível e tem pouca imunidade. “O pós-operatório é muito complicado. Nós temos sempre que antecipar as complicações”. De acordo com o médico, a cirurgia foi necessária para tentar salvar pelo menos uma das meninas.

Zacharias Calil avalia que a possível causa da má formação das meninas tenha sido o contato da mãe com agrotóxicos antes dela ter engravidado. O pai dos bebês é técnico agrícola.

As gêmeas nasceram em 10 de dezembro e, desde então, estão hospitalizadas na UTI Neonatal.  Unidas pelo tórax e abdômen, o quadro delas piorou no último dia 17, quando foram diagnosticadas com a infecção no pulmão.

Segundo o pai das recém-nascidas, ele e a esposa, que são de Ibipeba (BA), ficaram sabendo que as filhas eram siamesas no sexto mês de gestação.

O médico considera este caso é um dos mais graves que já acompanhou. Desde 2000, foram registradas 12 cirurgias de separação de Siameses no Hospital Materno Infantil (HMI).

 

 

 


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