Identificada pela primeira vez em Aparecida de Goiânia com a informação divulgada na última quinta-feira (05/05), o genótipo cosmopolita do sorotipo 2, a cepa da dengue mais disseminada em todo o mundo, preocupa e deve acender o alerta para que tanto o Poder Público como a população civil possa intensificar ações de prevenção ao mosquito transmissor da doença.
“A questão dessa nova cepa em Aparecida de Goiânia ela só acende, ela só acende ainda mais o alerta que a gente já tem, né. A dengue, a gente está tendo um número importante de casos. Também é uma forma de trabalhar com a covid, a questão da dengue ela tem um papel muito importante para a comunidade”, pontua o secretário de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Sandro Rodrigues, em entrevista ao Diário de Goiás.
Por isso, é importante trabalhar na prevenção à proliferação do mosquito. É necessário além de prevenção, monitoramento para identificar e evitar que o contágio atinja um patamar de descontrole. “A gente tem trabalhado em várias frentes mantendo para a gente organizar, identificar os prováveis criadouros de mosquitos para evitar a proliferação, enfim. Segunda linha também trabalhando para matar o mosquito, na questão do fumacê que a população conhece. A visita mais firme dos agentes de combate de epidemias e os agentes complementares de saúde e também a estruturação da rede”, ressalta.
Rodrigues destaca que a estrutura feita para os atendimentos a Covid-19 durante a pandemia podem ajudar nesses momentos de crise e de possíveis descontroles sanitários. “A gente tem um grande legado da pandemia da organização dos hospitais, regionalizados dentro da nossa rede estadual”, salienta. “Então, a gente tem organizado o controle ambiental para o mosquito não nascer, o mosquito já está circulando, a gente organiza a pesquisa relacionada ao controle de endemias e numa necessidade específica de gestão, fiscalização ou de atendimento, temos os hospitais da rede estadual que foram organizados agora com essa gestão”, pontua.
Nova cepa não tem relação com surto de dengue em Goiás
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a cada 100 mil moradores de Goiás, 1,3 mil têm ou tiveram dengue somente neste ano. O órgão indica que essa incidência é cinco vezes maior do que a média em todo o Brasil, que é de 254 diagnósticos para cada grupo do mesmo número de pessoas. Os pesquisadores da Fiocruz descartam essa nova cepa com o surto vivido no estado.
Ainda segundo a Fundação Oswaldo Cruz, a possibilidade de associação entre a linhagem cosmopolita e o aumento de casos no estado goiano é descartada, até o momento, com base no sequenciamento genético de amostras feito em Goiás.
De acordo com a pesquisa, tudo indica que a cepa foi identificada rapidamente, o que pode ajudar no controle do vírus.
Origem da Cepa
Segundo a Fiocruz, a identificação em Aparecida representa o segundo registro oficial desse genótipo nas Américas. O primeiro foi após um surto em Madre de Dios, no Peru, em 2019.
A Fundação explica que o vírus da dengue possui quatro sorotipos, são eles: 1, 2, 3 e 4. Segundo eles, cada um pode ser subdividido em diferentes genótipos, por causa das variações genéticas. De acordo com o estudo, o genótipo cosmopolita é um dos seis genótipos do sorotipo 2.
Atualmente, a linhagem asiático-americana, que também pode ser denominada como genótipo 3 do sorotipo 2, é a que circula no Brasil.
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