19 de novembro de 2024
Projeto

Centro Cultural Quilombola em Aparecida será entregue em fevereiro de 2024, diz Prefeitura

Para a presidente da Associação dos Quilombolas, Maria Lúcia, o local será de aberto para toda a comunidade
Projeto busca difundir a cultura quilombola e as demais presentes no coletivo (Elysia Cardoso/Diário de Goiás)
Projeto busca difundir a cultura quilombola e as demais presentes no coletivo (Elysia Cardoso/Diário de Goiás)

Na manhã desta quarta-feira (11) foi realizado o lançamento da ordem de serviço para construção do Centro Cultural Quilombola na Vila Delfiore, em Aparecida de Goiânia. O projeto está previsto para ser entregue em fevereiro de 2024. No local serão implantados cursos de Iniciação Artística, ministradas aulas de capoeira, musicalidade e realizadas feiras gastronômicas para valorizar a culinária e culturas dos moradores do quilombo.

Ao todo, o complexo cultural terá mais de 107 m² de área construída, com espaço de convivência, cozinha, diretoria, depósitos, banheiros acessíveis, área de lazer com pista de caminhada, bancos e lixeiras. No total, a construção está orçada em cerca de R$ 400 mil. Desse montante, R$ 240.555 mil foram repassados pelo Governo Federal através de emenda parlamentar do deputado federal Professor Alcides. A Prefeitura de Aparecida de Goiânia irá destinar outros R$ 161.121 mil reais.

Para a presidente da Associação dos Quilombolas, Maria Lúcia, o local será de aberto para toda a comunidade como forma de difundir a cultura quilombola e as demais presentes no coletivo. “Estou muito emocionada e já estou vendo o Centro Cultural sendo construído e a gente fazendo a nossa dança e outras danças culturais”, contou a presidente.

Lúcia, também é fundadora da associação, sendo uma grande referência na luta contra a desigualdade racial e social. “Sou uma mulher de 68 anos, animadíssima. Gosto de trabalhar, gosto de ganhar dinheiro e de ver gente. Eu preciso executar o meu trabalho nesse Centro Cultural e preciso fazer a nossa comida afro brasileira. Que o Senhor Jesus venha nos abençoar”.

Presidente da Associação dos Quilombolas, Maria Lúcia (Elysia Cardoso/Diário de Goiás)

Para Edson Ferreira, filho de Maria Lúcia, o Centro Cultural é uma forma de reparo social e cultural de seu povo. “Quero lembrar que há 500 anos o Brasil colonial escravizava nossos antepassados e por isso essas questões são reparos sociais e culturais no nosso Brasil. Há alguns anos a nossa família vem lutando contra os preconceitos raciais e é importante dizer que preconceito racial é crime e está na legislação brasileira. Então, hoje esse espaço de cultura é o resgate da nossa”, inicia.

Edson também afirmou que o espaço será um referencial para a cultura afro brasileira: “Minha mãe diz todos os dias que o espaço tem um verdadeiro diamante negro. Ao longo dos anos vamos perdendo a nossa identificação, a identidade, os nossos espaços, as nossas danças, a nossa alimentação e as nossas culturas. Então, isso é uma realização e esse espaço vai ser bem usado pela nossa comunidade”, finaliza.

Melhorias para a comunidade quilombola

Na ocasião Huarlen Clécio, esteve representado seu irmão, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano. Segundo Clécio, o prefeito foi cumprir agenda em Brasília em busca de recursos para a criação de uma maternidade na região. “Iremos fazer uma maternidade digna para o povo de Aparecida, para que nós pais podemos levar nossas esposas, para terem os filhos com dignidade”, adiantou Huarlen.

Além da maternidade, Huarlen adianta que para 2024 também está prevista a entrega do asfalto na região quilombola, que ainda possui estradas de terra. “A gente vai pedir voto sim ano que vem aqui, mas vai pedir em cima do asfalto, se Deus quiser”, prometeu o nomeado secretário executivo de Futebol Profissional na Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude em 2021.

Por fim, Clécio fez um agradecimento simbólico ao ex prefeito de Aparecida, Maguito Vilela. Em seu mandato, Vilela foi responsável pela entrega das 73 casas construídas para a comunidade de quilombola do município, na Vila Delfiori. “Sem o Maguito Vilela não teria essa vila dos quilombolas. A Vila dos Quilombolas é uma importante conquista do legado dele. E esse centro de convivência aqui não é só do Quilombola, é da Vila Delfiore”, finalizou Clécio.

O Centro Cultural Quilombola vai beneficiar moradores da Vila Delfiore, Jardim das Cascatas, Jardim Tiradentes, Alto da Boa Vista e outros bairros da região.


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