Mesmo diante da crise econômica, Goiás vai fechar 2016 num cenário fiscal melhor do que o registrado em 2015, avaliou o governador Marconi Perillo, durante entrevista nesta terça-feira. “Teremos um déficit e restos a pagar bem menor que o registrado em 2015. Estou seguro quanto a isso porque nós estamos trabalhando desde o final de 2014, quando eu vislumbrei a crise”, disse.
O Governo do Estado, por ordem de Marconi, tomou uma série de medidas de contenção de gastos e cortes de despesas ainda em 2014, embora “ninguém imaginasse ainda que a crise pudesse ser tão forte em 2015 e 2016”. “Todo o planejamento que nós tínhamos levava em consideração um cenário de crescimento de receita. Isso não ocorreu por conta dos efeitos cruéis da crise. Foi preciso refazer o planejamenro”, disse.
Segundo o governador, cortes de despesa e prorrogação de aumentos foram realizados. “É isso que vai fazer com que a gente chegue ao final de 2016 com uma situação bem melhor do que a de 2015. Estamos ainda trabalhando várias frentes, buscando recursos, buscando o alongamento das dívidas do Estado para que a gente possa ter investimentos. Não tenho dúvida de que nós teremos mais recursos”, ressaltou.
Marconi frisou que Goiás não se utilizou de manobras fiscais, conhecidas como pedaladas fiscais, sobre as quais o governo federal é acusado no processo de impeachment da presidente Dilma. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra. No Governo Dilma foram utilizados recursos de bancos para cobrir gastos do Governo Federal com diversos programas, segundo os relatórios do TCU. Aqui utilizamos a conta centralizadora para nos ajudar no equilíbrio de caixa. Isso dentro de uma pactuação formal com o Tribunal de Contas”, explicou.
Efeitos da crise O governador avaliou que a atual crise que atravessa o País é a mais cruel e grave da história do Brasil. “Em termos de crise econômica, política, moral, de credibilidade. A crise econômica atual é pior do que a Depressão de 1929. Nós já temos nesse período de pouco mais de um ano mais de 10 milhões de desempregados. A cada dia útil, 11 mil pessoas são mandadas embora de seus empregos”, afirmou.
Marconi ressaltou que a recuperação do País só será possível com a união de todos. “Todo mundo deve dar as mãos para que o Brasil volte a um status de crescimento, saia dessa estagnação que prejudica todo mundo, que leva todo mundo para o buraco”, disse. Ele destacou que situação financeira dos Estados e Municípios é fruto da crise. “Com a retração econômica, os cidadãos compram menos, consomem menos. Consequentemente, nós temos menos impostos.”
Nos dois primeiros meses do ano houve uma queda de 26% de ICMS no varejo em Goiás e 10% a menos no consumo de energia. “Isso resultou, é claro, em uma significativa redução da nossa arrecadação. E quando isso ocorre não há forma de conseguir manter a previsibilidade do planejamento em relação às despesas e as receitas do Estado”, explicou.
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