12 de setembro de 2024
Brasil

“Cenário de crise sem precedentes”, diz fornecedora de oxigênio hospitalar sobre caos em Manaus

Avião militar C-130, da FAB, com cilindros de oxigênio para tratamento de pacientes de covid-19 em Manaus. (Foto: Comunicação Social da Aeronáutica)
Avião militar C-130, da FAB, com cilindros de oxigênio para tratamento de pacientes de covid-19 em Manaus. (Foto: Comunicação Social da Aeronáutica)

“Cenário de crise sem precedentes”. É essa a descrição que a empresa White Martins, uma das maiores fornecedoras de oxigênio hospitalar do Brasil, dá para a situação de Manaus.

Segundo a companhia, o que já é aterrador, “vem se agravando a cada dia”. O estado do Amazonas nesta semana sofre com a falta de oxigênio, insumo fundamental para o tratamento de doentes com a covid-19. Por isso, centenas de pacientes acometidos pelo coronavírus foram transferidos para outros estados, incluindo Goiás, que pode receber até 120 amazonenses.

Conforme a White Martins, o aumento da demanda por oxigênio hospitalar no estado alcançou os 70 mil metros cúbicos (m3)  por dia esta semana. Isto equivale a quase o triplo dos 25 mil m3/dia que a empresa conseguia produzir diariamente em sua fábrica de Manaus até recentemente.

A título de comparação, a White Martins explica que, antes da confirmação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, no final de fevereiro de 2020, a fábrica utilizava apenas metade de sua capacidade produtiva. “Isso era suficiente para atender a todos os clientes dos segmentos medicinal e industrial que, juntos, somavam um consumo da ordem de 10 a 15 mil m3/dia”, informou a empresa, em nota. Mesmo durante o pico da primeira onda da doença, entre abril e maio de 2020, o consumo estadual do produto não superou os 30 mil m3/dia.

Intimada pela Justiça do Amazonas a manter o fornecimento a um hospital particular de Manaus de “quantidades suficientes” de oxigênio, a empresa afirma que já ampliou “até o limite máximo da capacidade de produção da planta [industrial] de Manaus”, elevando-a para 28 mil m3/dia – o que não basta para suprir o atual consumo conjunto de cinco hospitais da capital amazonense.

Para fazer frente a crise, a White Martins afirma estar adotando uma série de medidas, entre elas a importação de parte do oxigênio que produz na Venezuela.

Nesta quinta-feira (14), o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, confirmou, por meio das redes sociais, que conversou com o governador do Amazonas, colocando à disposição todo o oxigênio necessário “imediatamente”.


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