As celebrações do 7 de Setembro de 2024 em localidades como Goiânia, Brasília e São Paulo trouxeram à tona os diferentes enfoques entre o civismo, que geralmente marca o Dia da Independência, e as tensões políticas que se tornaram frequentes no Brasil atualmente. Foi um sábado de celebrações cívicas e patrióticas de um lado, e de outro, a persistente polarização política.
Em Goiânia, o evento que comemorou os 202 anos de Independência reuniu milhares de pessoas ao longo da Avenida Goiás, mas foi mais enxuto porque o forte calor e a baixa umidade do ar registrados em Goiânia nos últimos dias fizeram o governo dispensar a participação dos estudantes no desfile. . O governador em exercício, Daniel Vilela (MDB), participou da revista às tropas militares no tradicional desfile cívico-militar.
Vilela destacou a importância da data, exaltando as conquistas de Goiás e do Brasil, e reafirmou que o momento ultrapassa as polarizações políticas, enfatizando a importância de celebrar a força do povo brasileiro.
Evento cívico em Brasília teve atletas olímpicos e até Zé Gotinha
Já em Brasília, o desfile na Esplanada dos Ministérios foi aberto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tema deste ano, “Democracia e Independência: É o Brasil no Rumo Certo”, destacou questões como a vacinação infantil, com a presença do mascote Zé Gotinha, e homenagens ao povo gaúcho pelos desafios enfrentados com as enchentes de maio.
Além disso, o evento abordou a presidência rotativa do Brasil no G20 e o fortalecimento de programas de saúde, como o Mais Médicos. Atletas olímpicos, como Caio Bonfim, que conquistou medalha inédita para o Brasil, também participaram do desfile, que foi finalizado com a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça.
Também em Brasília, a 30ª edição da manifestação “Grito dos Excluídos” com o tema “Vida em Primeiro Lugar”, atraiu muita gente. A mobilização reuniu representantes de grupos religiosos e movimentos sociais na praça do Zumbi dos Palmares, a poucos quilômetros do desfile, na Esplanada dos Ministérios.
Os manifestantes pediram mais atenção para idosos, mulheres, negros e pessoas em situação de rua. Em passeata até a Rodoviária do Plano Piloto, o grupo levou faixas e cartazes com as seguintes frases: “Todas as formas de vida importam, mas quem se importa?”, “Vidas negras”, “Liberdade religiosa”, “Pela defesa do meio ambiente”, entre outros
Em dia de civismo, ato em SP teve tensões com bolsonaristas atacando o Supremo no 7 de setembro novamente
Em São Paulo, a Avenida Paulista foi palco de uma manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele reuniu apoiadores para protestos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes.
O evento, organizado pelo pastor Silas Malafaia, ganhou força em meio às tensões entre a direita radical e o STF, e previa a presença de apoiadores oriundos de diversas regiões do Brasil. A manifestação busca pressionar o Congresso com pautas como o impeachment de Moraes, apesar de a liderança do Senado indicar que não há chances de avançar a questão.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem dito a interlocutores que a chance do pedido sequer ser pautado por ele é “zero”. Segundo a revista Veja, entretanto, nos planos bolsonaristas está o de organizar um ato em Belo Horizonte, berço político de Pacheco, tudo para pressionar o presidente do Senado.
Além dessa pauta polêmica, o evento é tido como ringue de apoiadores dos bolsonaristas Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB). Ambos buscam ser chancelados pelo ex-presidente da República como seu candidato preferido a prefeito de São Paulo.
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